quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

DIFICULDADES PARA ENGRAVIDAR PODE ACABAR COM O DESEJO SEXUAL

Talvez seja importante definir infertilidade antes de falar sobre qualquer outro aspecto. Muitas mulheres quando “resolvem” engravidar, acreditam que isso ocorrerá “imediatamente”, e quando menstruam, ficam extremamente tristes e desapontadas. Após o segundo ou terceiro mês de tentativas, a ansiedade aumenta, a tristeza e a raiva aparecem e o stress surge em vários aspectos da vida do casal.
Estamos vivendo uma era do “fast-tudo”, tudo tem que ser muito rápido (na hora que queremos, do jeito que planejamos e de preferência sem grandes esforços!). Os cirurgiões plásticos que o digam!
Voltando a infertilidade, somente se considera infertilidade, quando o casal não consegue ter filhos após um ano de tentativas, sem o uso de qualquer anticoncepção. Portanto, calma (as chances são em media de 18% ao mes).
Sabemos que o desejo de ter filhos, levam os casais, principalmente as mulheres a buscarem em revistas, internet, amigos, informações e conselhos dos mais diversos. Uma das dicas que encontram é sobre o período de ovulação, começam a anotar as datas e a cobrar de seu parceiro (e de si mesmas) relações sexuais, para tentar aumentar as chances de engravidar. No início, tudo vai bem, com o tempo aumentam as cobranças e os casais passam a tentar “procriar”, fazendo com que a relação sexual, que seria prazeirosa, passe a ser mais uma obrigação. O desejo (sexual e sensual) é deixado de lado, as caricias se perdem… o importante é engravidar!
O stress aparece em diversos momentos, antes e durante as tentativas e tambem durante o tratamento de infertilidade.
As mulheres sentem-se cobradas pelos outros (familia, amigos, vizinhos, etc) e por si mesmas. Começam a se sentir, desvalorizadas, anormais, incompletas e insatisfeitas, sentem-se frustradas, tem perda da auto-estima, além de depressão e esses sintomas se refletem nas relações interpessoais e no casal.
Nesses momentos, as mulheres ficam muito aflitas ao observarem outros casais com filhos, crianças nos faróis, festas infantis, etc. Sentem que não fazem parte desse mundo. Os parceiros para não “piorar” a situação, mostram-se calmos e aparentemente despreocupados, gerando uma angustia ainda maior nas suas mulheres. Os homens, em geral, imaginam que eles tem que se mostrar o parceiro “estável” da relação, que eles tem que parecer sempre muito fortes para “tranquilizar”a parceira! Isso realmente não ajuda, pelo contrário, faz com que na maioria das vezes as mulheres se sintam sozinhas e sem apoio!
A sugestão é que os parceiros mostrem sua preocupação, seus receios, isso tranquiliza a parceira e ela passa a não se sentir “exagerando” seus sentimentos, o casal fica mais unido e passa pelas fases dificeis de forma menos dolorosa.
Quando os casais ou um deles, procuram ajuda especializada, minimizam as chances de transtornos psicológicos e sexuais. Eles conseguem falar sobre sua angustias, aprendem técnicas de controle do stress e ao expressarem seus desejos e falar sobre seus conflitos, sua relação se fortalece.
Dra.Liliana Seger