sábado, 10 de julho de 2010

Dois anticorpos trazem nova esperança para vacina contra a Aids

Cientistas descobriram dois poderosos anticorpos capazes de bloquear, em laboratório, a maioria das cepas conhecidas do vírus da inumodeficiência humana adquirida (HIV), abrindo potencialmente o caminho para uma vacina eficaz contra a Aids, segundo trabalhos publicados esta quinta-feira.

Mais de 25 anos depois da identificação do vírus HIV, responsável por quase 30 milhões de mortes no mundo, a busca por uma vacina contra a infecção continua infrutífera, apesar dos grandes esforços da comunidade internacional e dos recursos empregados.

Mas estes dois antígenos, batizados de VRCO1 e VRCO2, parecem muito promissores, pois impedem a infecção de células humanas em mais de 90% das variedades do HIV em circulação, e com uma eficácia sem precedentes.

Os autores destes trabalhos, publicados na edição de 9 de julho da revista científica americana "Science", desmontaram também o mecanismo biológico através do qual estes anticorpos bloqueiam o vírus.

"A descoberta desses antígenos de poderes excepcionalmente amplos de neutralização do HIV e a análise que explica como operam representam avanços animadores para se descobrir uma vacina capaz de proteger de forma ampla contra o vírus da Aids", comemorou o doutor Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional Americano de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID).

"Além disso, a técnica a que as equipes de pesquisa recorreram representa uma nova abordagem que poderia ser aplicada à concepção e ao desenvolvimento de vacinas contra muitas outras doenças infecciosas", acrescentou, em um comunicado.

Estes virologistas descobriram dois anticorpos, produzidos naturalmente pelo organismo, no sangue soropositivo.

Eles conseguiram fazer seu isolamento usando uma nova ferramenta molecular, uma das proteínas que formam o HIV, que os cientistas modificaram para que se fixasse em células específicas que produzem os anticorpos que neutralizam o HIV.

Esta proteína foi programada para reagir exclusivamente nos anticorpos específicos onde o vírus se une às células no organismo humano que infecta.

Depois destas descobertas, os cientistas começaram a desenvolver componentes de uma vacina que pode ensinar ao sistema imunológico humano a produzir grandes quantidades de anticorpos similares aos antígenos VRC01 e VRC02.

"Aproveitamos nossa compreensão da estrutura do HIV, neste caso de sua superfície, para afinar nossas ferramentas moleculares que permitem ir diretamente no ponto fraco do vírus e nos guiar na escolha de anticorpos que se unem especificamente a este ponto e o impedem de infectar as células humanas", explicou o doutor Gary Nabel, do NIAID, que codirigiu as duas equipes de cientistas em várias universidades, como a faculdade de Medicina de Harvard (Massachusetts, leste dos EUA).

Encontrar anticorpos capazes de neutralizar cepas de HIV em todo o mundo foi, até agora, muito árduo, já que o vírus muda constantemente as proteínas que recobrem sua superfície para escapar da detecção do sistema imunológico, destacam os autores destes trabalhos.

Esta capacidade de mutação rápida resultou em um grande número de variações do HIV, mas os virologistas puderam detectar alguns pontos na superfície do vírus que permanecem constantes nas cepas, como as que unem os anticorpos VRCO1 e VRCO2. G1

Relacionamento aberto exige compromisso, sem exclusividade

Muita gente insiste em dizer que não existe mais amor de verdade, que as pessoas não querem se comprometer e que, por isso, muita gente está insatisfeita com os relacionamentos amorosos. O que acontece de fato é que as pessoas têm mais liberdade para assumir comportamentos, enquanto há algumas décadas eram totalmente condenadas por optar pela separação, por relações extraconjugais ou relacionamentos mais livres, em que ambos podem ter uma vida social, sexual e até amorosa fora do casamento.

Hoje, entretanto, há mais pessoas tentando esse tipo de relação amorosa conhecido como relacionamento aberto, em que os parceiros têm a liberdade de sair com outras pessoas e relacionarem-se sexualmente e até amorosamente com elas, neste caso poliamor - uma das variações do relacionamento aberto. A psicanalista Regina Navarro, em seu livro "A Cama na Varanda", observa que as pessoas não têm mais que se adaptar a modelos impostos de fora, e então, cada vez mais abrindo um espaço onde novas formas de viver, assim como novas sensações, podem ser experimentadas. Os filósofos Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, um dos casais mais célebres da História, viveram um relacionamento assim, que durou 50 anos. Essa liberdade era exercida mediante um pacto, no qual eles contavam os detalhes de suas aventuras amorosas um para o outro.

Mulheres Vs. Homens?
Não é à toa que muita gente é totalmente contra esse tipo de "acordo". Uma das razões é explicada pela biologia. A mulher tem um repertório de gametas sexuais formado desde o nascimento, que amadurecem na primeira menstruação. A partir daí, ela libera um óvulo por mês. Isso tende a fazer com que ela se comporte de uma maneira mais seletiva do que o homem, que tem todos os espermatozoides renovados a cada 32 horas. Ou seja, isso explica em partes porque os homens, muitas vezes, priorizam a quantidade de parceiras, enquanto as mulheres procuram relacionamentos mais duradouros. Mas essa é apenas uma parte da questão, tendo em vista que a maneira como somos educados e as nossas escolhas também têm grande influência nos relacionamentos amorosos.

Entretanto, independentemente do fator fisiológico, a vontade de variar existe. A maioria de nós já sentiu vontade de viver uma relação com alguém que lhe agradou, não importando se ama outra pessoa. O fisiologista de comportamento da Unifesp, Ricardo Monezzi explica que a partir dessa ideia, sai o conceito de fidelidade, como exclusividade sexual, e entra com maior importância e força o conceito de lealdade, que envolve a sinceridade e o companheirismo. Uma das ideias expostas por Regina Navarro é que os mais variados aspectos podem provocar o desejo, mas somos historicamente limitados pela ideia de exclusividade sexual.

Amor sem pronomes possessivos
O casal Heloísa Fernandes e Pedro Mascarenhas mantêm um relacionamento aberto há oito meses. Antes disso, nenhum dos dois tinha vivido nenhuma experiência assim. "Sempre senti que um relacionamento aberto era a melhor solução, mas não tinha coragem para assumir algo assim. Posso sair com outras pessoas quando quero, mas tenho um forte compromisso em não deixar o Pedro de lado. Procuramos nos ver com frequência e até hoje nenhum relacionamento que tivemos interferiu negativamente no nosso", conta Heloísa. Para Heloísa, esse modelo combina com a concepção que ela tem sobre o amor: "nos amamos de verdade e acredito que o amor de fato só existe quando o outro é livre para escolher. Quem ama não quer o outro como sua posse, ou como a satisfação de suas idealizações. Quem ama quer o outro livre e feliz", conta a estudante. "Nossos pais não sabem disso. Prefiro não dizer ainda, pois é algo que, provavelmente, eles entenderiam como promiscuidade", conta ela.

Pedro, no começo, temeu entrar nesse tipo de relação e acha que o acordo deve ser bem conversado: "com certeza um relacionamento aberto não é oposto à responsabilidade. Acredito que em um relacionamento responsável são indispensáveis a comunicação, a confiança e a sinceridade. Só assim é possível amar sem porém, incorporando tudo o que de bom e o que de ruim um relacionamento oferece - inclusive a satisfação sexual", diz ele, que tem 21 anos. Entretanto, ele não considera adequado o modelo do poliamor, pois acha que o amor é uma construção, que demanda tempo e dedicação.

João Lestrange, professor, tem um relacionamento aberto com Gustavo Molina Turra há quatro anos. Hoje, os dois moram juntos e só adotaram o relacionamento aberto depois de um ano de namoro. "Ficamos com outras pessoas, mas não há envolvimento sentimental. Sempre procuramos contar sobre os outros relacionamentos um para o outro e nos amamos de verdade", conta João. Nem tudo são rosas, no entanto. João não obteve aprovação da mãe, mas seguiu nesse modelo, pois acredita que é mais feliz assim, desde que tudo seja bem conversado.

Para quem diz não
Muitas pessoas têm simpatia pela ideia do relacionamento aberto, mas sentem que não conseguirão viver felizes dessa forma. "Quando há dúvida e ciúmes, investir nesse tipo de relação não trará a menor satisfação", diz Ricardo Monezzi. Portanto, ceder a um relacionamento aberto só porque você se apaixonou por alguém que quer exercitar esse modelo pode trazer uma enorme frustração. Se alguém tem outros relacionamentos às custas da mágoa do companheiro pode ter certeza de que não estamos falando de um relacionamento. "Tudo deve ser uma escolha consciente, tendo em vista que envolve aspectos muito sérios, da vida amorosa de cada um", diz Ricardo. Minha Vida

Neurolinguística ajuda a entender como o ser humano funciona

Participar de uma competição esportiva exige determinação, disciplina e muito treino. Se essa competição for uma Copa do Mundo, a pressão é ainda maior. O jogador precisa estar preparado para executar sua melhor performance a fim de conquistar o prêmio máximo: a tão sonhada taça.

Em uma situação como essa, qualquer um pode ficar ansioso, nervoso e agitado. Mas esse comportamento, tão comum no dia a dia, chega a ser fatal para a realização do sonho do jogador que quer mostrar suas habilidades no maior evento esportivo do gênero.

Por sorte o atleta não precisa passar por essa prova sozinho: ele conta com a ajuda de um técnico que o auxilia na preparação técnica e psicológica para a competição.

A sintonia entre técnico e equipe deve ser total. Pode parecer piada quando os jogadores chamam o treinador esportivo de professor, mas esse é um dos papéis que esse profissional precisa cumprir.

O esportista conta com o suporte do técnico para balancear sentimentos de insegurança, medo ou euforia. É essencial que ele nunca se conforme com uma performance mediana sabendo que seu pupilo tem capacidade para ir além.

Como a neurolinguística pode ajudar?
A Programação Neurolinguística (PNL) ajuda a entender como o ser humano funciona, como se estrutura sua experiência subjetiva, ou seja, de que forma cada pessoa interpreta o que acontece a seu redor e como se comunica com os outros.

Por meio das técnicas de PNL o treinador pode incentivar o jogador a se conhecer melhor e a entender quais são suas limitações e dificuldades e como desenvolver comportamentos positivos para superá-las.

É importante que o técnico saiba quando recuar e deixar o atleta demonstrar suas fraquezas, para que essas sejam trabalhadas antes do grande campeonato.

Preparar-se para uma competição esportiva é um trabalho em equipe, e cabe ao treinador incentivar cada jogador a confiar em si mesmo, para que se veja capaz de alcançar seus objetivos e para que encare as premiações como consequências desse êxito.

Um bom técnico mantém em todo o time um estado de motivação e foco que permanece bem depois da final do campeonato. Com a ajuda da PNL, pode formar não apenas jogadores bem preparados para as partidas, mas também pessoas que se conhecem bem e que são campeãs em todos os aspectos da vida. Minha Vida

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Videogames violentos têm efeitos negativos em crianças

Pesquisadora adverte sobre perigo de banalização da violência e do sexismo.
Se seus filhos são como 99% dos meninos ou 94% das meninas, que jogam videogames, e se são como 50% dos meninos e 14% das meninas, que preferem jogos "maduros" (leia-se: violentos) como o Grand Theft Auto (GTA) – distopia urbana de tiroteios, perseguições de carro, bandidos e prostitutas, onde o sangue espirra sobre a câmera – você deveria se preocupar se tal jogo irá deformar a mente de seu filho.

Cheryl Olson, especialista em Harvard de saúde pública, pesquisou as motivações das crianças para jogar videogames. E descobriu seus motivos: para se divertir, competir uns com os outros e ser desafiado. Olson então mostrou os benefícios psicológicos que o jogo pode ter, descrevendo como os videogames facilitam a autoexpressão, dramatização, interações sociais positivas e liderança. Soa mais utópico que distópico, certo?

Segundo as conclusões de Olson, 28% dos meninos e 5% das meninas gostam de "pistolas e outras armas”. Cerca de 25% dos meninos e 11% das meninas também concordam que os videogames ajudam a "conseguir botar a raiva para fora". "O jogo Grand Theft Auto, o mais popular, aparentemente, não mostra nenhuma violência contra crianças ou animais, mas dá enorme liberdade para a desordem", escreve Olson. Ela vê, porém, uma função supostamente educativa do jogo violento, “É chocante, mas o GTA afia as habilidades de resolução de problemas. Um menino aprendeu uma maneira rápida de encontrar passageiros para seu táxi: ele atropelava os pedestres e esperava que se levantassem e subissem em seu carro”.

Também é preocupante a maneira como os homens administram as “relações” com as mulheres: o jogo mostra, por exemplo, como se deve negociar com uma prostituta. Mesmo uma breve exposição a essas imagens aumentaria as tentativas de assédio sexual pelos homens, segundo um estudo de 2008 conduzido pela psicóloga Karen Dill, da Fielding Graduate University.

Embora observe que os jovens podem se beneficiar de jogos de terror e sobrevivência, Olson ressalva que a exposição a jogos violentos pode dessensibilizar as pessoas e banalizar a violência. Em 2006, Bruce Bartholow, psicólogo da University of Missouri, e colegas relataram que jogadores desse tipo de jogos, expostos a imagens violentas, apresentam menor ativação de uma onda específica do cérebro que os jogadores de jogos “comuns”, indicando que eles se sentem menos aversão à violência.

Imagens violentas podem nos afetar de inúmeras maneiras sutis, aumentando a hostilidade e a indiferença com aqueles que nos rodeiam. Por isso, a multibilionária indústria de jogos deveria responder à pressão social e criar jogos que não sejam sexistas, racistas ou violentos, e proporcionem benefícios para o desenvolvimento das crianças.

Dara Greenwood

Será que eu sou hipocondríaco?

Conhecidos por rejeitar as opiniões médicas, o maior desafio é convencer os pacientes de que seu mal não é físico, mas pode ser tratado

De 4% a 7% dos pacientes ambulatoriais sofrem com a hipocondria. Definida como uma interpretação errônea das sensações corporais corriqueiras, uma de suas características é a forte rejeição às opiniões médicas. Segundo o psicanalista José Atilio Bombana, coordenador do Programa de Atendimento e Estudos de Somatização da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e professor do curso de Psicossomática do Instituto Sedes Sapientiae, a doença é comum a ambos os sexos e, em geral, surge entre os 20 e 30 anos de idade. Crianças também sofrem com o problema, mas para elas há esperança de recuperação na adolescência ou no início da idade adulta. O psicanalista esclarece que o quadro é fonte de angústia constante para o paciente e sua família. “O segredo é o equilíbrio: a família não deve compactuar com a obsessão por visitas médicas, exames e procedimentos desnecessários, nem ignorar o doente”. Confira a entrevista concedida à VivaSaúde.

Quais são as causas da hipocondria?
Elas ainda não foram esclarecidas precisamente, mas alguns aspectos ligados à história individual são relevantes. A valorização e o papel conferidos ao corpo e às doenças durante a vida do paciente, ou das pessoas importantes para ele, podem influenciar. Conta também a maior ou menor capacidade em lidar com as vivências físicas e psíquicas. Alguns têm recursos para pensar a respeito de si e de sua vida. Outros, nem tanto. Para estes, há maior suscetibilidade em vivenciar de modo mais concreto os fatos da vida e, assim, são mais vulneráveis às patologias, entre elas a hipocondria.

Quais são os principais sintomas?
Medo e crença de estar gravemente doente são os sintomas centrais. Os outros sinais são a iniciativa de buscar serviços de saúde repetidamente; solicitar realização de exames de modo exagerado; grande interesse por assuntos médicos e rejeição das opiniões dos especialistas. É frequente o conhecimento de variados medicamentos, embora nem sempre se faça uso deles, por temor de algum prejuízo. Sintomas de depressão e ansiedade também são comuns, bem como preocupação excessiva com o corpo, o que faz que tentem pesquisá-lo e decifrá-lo diante dos mínimos indícios.

Como é feito o diagnóstico?
Inicialmente pela constatação dos sintomas característicos, incluindo a não aceitação dos pareceres médicos. Alguma preocupação com o corpo é admissível. Mas discernir entre um traço de personalidade e uma condição claramente patológica é um desafio que só é superado pela experiência clínica. Diagnósticos diferenciais também são úteis. Primeiro, excluem-se patologias de difícil identificação; depois, deve-se dar atenção aos quadros depressivos, em que os sintomas hipocondríacos podem aparecer. Por outro lado, quando o medo de doenças é absolutamente inquestionável, podemos estar diante de um delírio hipocondríaco, que é uma psicose, outra categoria psiquiátrica.

Quando é hora de procurar ajuda médica?
Tudo dependerá da intensidade dos sintomas. Para o paciente, seu comportamento é justificável. Mas, às vezes, ele mesmo percebe que está se prejudicando. É comum que alguém do círculo familiar perceba os excessos e sinalize. Pode acontecer que um médico mais atento identifique o problema. Nos casos mais graves, o psiquiatra é o especialista indicado para tratar a doença, porém, na maioria das vezes, o paciente não aceita essa opção. Afinal, ele se sente “doente do corpo, não da cabeça!” Assim, o profissional mais próximo do paciente, que pode ser o clínico geral, é fundamental.

Medo e crença de estar gravemente doente são os sintomas centrais da hipocondria. Mas outros sinais, como buscar serviços de saúde repetidamente, podem aparecer

Qual é o limite entre o desejável cuidado com a saúde e a hipocondria?
Cuidados com o próprio corpo são essenciais para nossa preservação. Os que ignoram completamente os sinais emitidos pelo organismo correm o risco de adoecer. Entretanto, quando o cuidado é exagerado, a hipocondria passa a permear toda a vida da pessoa e ela viverá em função disso.

Hipocondríacos estão expostos a quais riscos?
Talvez o maior deles seja investir grande parte da energia na busca de algo imaginário. Relacionamentos e trabalho ficam em segundo plano. Some-se a isso o sofrimento da pessoa e dos que lhe estão próximos. Há ainda o estabelecimento de um mal-estar na relação médico-paciente, a solicitação de exames desnecessários e arriscados, bem como cirurgias questionáveis, cujas causas são a insistência do paciente e a resposta inadequada do médico. Por outro lado, testes importantes podem ser negligenciados. A verdade é que, como qualquer outra pessoa, o hipocondríaco pode adoecer. Outro perigo é a automedicação, mas ressalvo que o temor da ação dos fármacos inibe muitos desse impulso. E em um nível mais amplo, incluo os gastos extras para o sistema de saúde.

A recusa em se medicar é considerada um distúrbio?
Existem pessoas que ignoram as próprias necessidades. E isso pode acontecer em uma atitude onipotente do tipo: “Essas doenças não me atingem”. Na hipocondria, o indivíduo vivencia seu corpo como doente, estragado, fatores que causam angústia e sofrimento constantes. Há casos em que o bem-estar não pode ser alcançado por culpas inconscientes, e o próprio indivíduo não se dá conta disso. É como se estivesse presente um aspecto masoquista, no qual existe uma imposição de ter de tolerar o sofrimento e, para fazê-lo, prevalece a recusa aos tratamentos e às medicações.

Há algum tipo de classificação da doença?
O quadro de hipocondria, assim como outros quadros psiquiátricos, pode apresentar diferentes graus de comprometimento. Existem pacientes que, apesar dos seus medos e receios, conseguem manter seus relacionamentos, vínculos sociais e até alguma atividade profissional. Porém, há quadros em que o todo está comprometido por causa da gravidade da doença. Entre um polo e outro ocorrem manifestações clínicas e consequências variadas. Existem também casos de hipocondria transitória, geralmente relacionados a situações estressantes. Destaco, ainda, situações em que o paciente não se dá conta do exagero das suas preocupações, a chamada hipocondria de insight pobre.

Como é feito o tratamento?
Casos menos graves podem ser conduzidos por clínicos gerais que tenham tolerância e disponibilidade. E os médicos devem perceber que, muitas vezes, as queixas repetidas encobrem angústias que os pacientes não conseguem exprimir. Por isso, eles devem reservar algum tempo para ouvir o paciente, tendo o cuidado de não fazer encaminhamentos desnecessários, nem solicitar exames exaustivamente. Casos mais complexos requerem atuação de especialistas (psiquiatras e psicólogos). A abordagem terapêutica inclui psicoterapia e, eventualmente, medicações. A psicoterapia tem papel importante, pois é o recurso que pode promover mudanças no funcionamento psíquico. Não existe medicação específica para hipocondria. Quando existem sintomas depressivos associados, os antidepressivos se mostram bastante úteis. Diante da preponderância de ansiedade, ansiolíticos ajudam desde que se evitem dependências pelo uso prolongado.

Há cura para a doença?
O curso da hipocondria tende a ser crônico e flutuante, existindo, porém, indicações de que 1/3, ou até metade dos pacientes, apresente melhora significativa. Aqueles que se dispõem ao tratamento (psicoterapia e eventualmente medicações) podem obter melhora, em graus diferentes. E isso se dá como consequência de avanços mentais que permitem identificar e expressar conflitos psíquicos em termos psíquicos, e não mais em termos somáticos, como antes. Isso pode fazer uma grande diferença em suas vidas.

Janaina Resende Viva Saúde

INVEJA:Que sentimento será esse?

Dicionário Aurélio: Desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade de outrem - Desejo violento de possuir o bem alheio - Objeto de inveja.

Vejamos se o Aurélio está certo...

Inveja é um dos sentimentos que pode causar as maiores dores no ser humano. Geralmente, quando existe uma estima de algum objeto de desejo, e ainda se este der status, a inveja se instala. (Diz-se objeto de desejo para coisas não palpáveis também). É fruto também da comparação com as outras pessoas. Ela não existe sem que antes o indivíduo não tenha feito comparações. É a auto-aversão por não ser como os outros são.

É preciso contudo, diferenciar a inveja, da busca do bem-estar. Pode se dizer que é errado trabalhar, lutar para se conquistar o objeto de desejo? O desejo pela conquista do objeto que nos falta, quando feito com humildade e honestidade, não é inveja.

Se uma pessoa destaca-se em alguma atividade, por mais tola que possa parecer, o invejoso está pronto para aparecer e apontar o dedo e tentar minimizar o feito de seu próximo. Um eletrodoméstico novo, um tênis da moda, ou mesmo um brinco bem colocado em combinação com uma roupa extremamente comum, já se torna motivo para elogios, nem sempre sinceros. Surge um sentimento de raiva, de ira, porque geralmente o invejoso sente-se muito mais merecedor da conquista do que o outro. O invejoso não agüenta ter uma outra pessoa invadindo seu território, que em sua lassidão, deixou de ocupar, por pura incapacidade e ou inércia. O invejoso é capaz de boicotar, de fofocar de fazer armadilhas, a fim de destruir o outro. Quer provar, ao menos para si mesmo, que ele é melhor. Mas no seu íntimo, sente-se menor do que os outros, aumenta, se vangloria, enaltece a si mesmo, pois dessa forma abranda o mal-estar do desequilíbrio. Fala excessivamente bem das próprias coisas, procurando diminuir o outro através de crítica. Não percebe muitas vezes suas frustrações, é como se nem existissem, porque logo está de prontidão, pronto para realizar mais um feito de diminuição, descaracterização, burlando suas próprias angústias.

Geralmente, as mulheres exteriorizam mais esse sentimento do que os homens. Estes, procuram outras saídas na exteriorização desse sentimento.

Você com certeza já ouviu frases (ou pensamentos) assim vindas do homem (o que não significa que não venham de uma mulher também):

"Nossa, que bonito carro, gostaria de ter um assim!"

"Que trabalho interessante, queria tê-lo feito!"

"Olha só, que namorado(a) lindo(a), podia ter a mesma sorte!"

Se a surpresa diante de algo, for digna e generosa, não há inveja destrutiva. Trata-se apenas de um incentivo, um grande estímulo para que nos empenhemos em adquirir novas virtudes, produzir melhores trabalhos, realizar melhores conquistas amorosas.

Talvez esse processo todo venha da convivência no ambiente familiar, onde comparações são freqüentes, sem contar com a sociedade, que propaga na mídia processos comparativos, entre as várias marcas apresentadas.

A melhor solução pode estar na forma de utilizar e de encarar a inveja, que, visualizada em termos comparativos pessoais de evolução, do antes e depois, do ontem e do hoje, deixa de ser inveja destrutiva para ser uma inveja de auto-estímulo. Ou seja, o padrão de comparação deixa de ser externo e passa a ser interno.

Aqueles que sabem fazer o bom uso da inveja, utilizam frases assim:

"Nossa, que bonito carro. O meu também me conduz, antes andava a pé!"

"Que trabalho interessante. Eu posso aprender com ele, antes nem sabia como fazer!"

"Que namorado(a) lindo(a). A minha é tão companheira, antes me sentia só!"

O objeto de desejo, só nos dá satisfação, quando a conquista é nossa, e não quando é feita em cima da conquista do outro. Destruir o outro, não fará você chegar aonde o outro chegou. Sua personalidade, desejos, características não são iguais as das outras pessoas, então não adianta usar as demais pessoas como medidas para a vida que é SUA.

Márcia Homem de Mello - Publicação ABRAPSMOL
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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Falta de rotina de exercícios aumenta risco de Alzheimer

Além de melhorar as funções cerebrais, exercícios físicos podem também proteger contra doenças degenerativas, incluindo a doença de Alzheimer, sugere estudo.
Uma vida sedentária é reconhecidamente a causa dos aumentos dos níveis de obesidade em todo o mundo. Mas o que pouca gente sabe é que a falta de uma rotina de exercícios físicos também pode piorar a saúde mental em longo prazo, levando a uma maior incidência da depressão, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), síndrome alcoólica fetal e também doenças cerebrais degenerativas, como a doença de Alzheimer.

Apesar da falta de uma ligação direta entre atividades físicas e melhora na saúde mental, as evidências de que exercícios cardiovasculares ajudam a prevenir – ou mesmo reverter – os déficits cognitivos de uma forma geral são crescentes, década após década. Os exercícios estimulam a criação de novos neurônios e melhoram as conexões neurais. Além disso, a capacidade de aprendizado e a memória também são beneficiadas.

“Os resultados são universais”, diz Art Kramer, da Universidade de Illinois, nos EUA, que publicou uma meta-análise das pesquisas sobre o tema e publicou os resultados no periódico Trends in Cognitive Sciences.

Resultados sólidos comprovam os benefícios

Um dos estudos mais recentes foi feito por uma universidade sueca e publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences. A partir do prontuário médico de mais de 1 milhão de jovens em idade de se alistar no exército (com média de 18 anos), acompanhados entre 1968 e 1994, os pesquisadores apontam que quanto melhor a saúde cardiovascular, melhores as médias de inteligência lógica, habilidade verbal e saúde ocular. “As estatísticas desse estudo são bastante sólidas”, diz Kramer.

A única coisa que não é consenso é o quanto de exercício é necessário para que se consigam os efeitos desejados. “Mas o que sabemos é que ‘não tem jantar de graça’. Quando se para com uma rotina de exercícios, perde-se imediatamente os benefícios alcançados”, afirma Kramer.

Mas para o pesquisador, o pior que pode acontecer quando se faz exercício é ter um corpo mais saudável. “E na melhor das hipóteses, algumas pessoas podem melhorar suas capacidades cognitivas e se proteger contras diversas condições de saúde física e mental. Na média, todos que se exercitam sairão beneficiados. Lembrando que as pessoas devem ser acompanhadas por um profissional de saúde”, diz Brian Christie, da Universidade de Vitória, no Canadá, e que também participou do estudo.

American Psychological Association

terça-feira, 6 de julho de 2010

Adolescentes: mais altos, gordos e preguiçosos

Em uma tarde de sexta-feira do mês de abril, 21 meninas chegam à Rua Botucatu, no bairro da Vila Clementino, em São Paulo. Mochila ou bolsa pendurada em apenas um dos ombros, elas ocupam quase todas as carteiras de uma pequena sala e enchem o espaço com vozes e risadas. Além da faixa de idade, que varia entre 13 e 16 anos, têm em comum uma meta, reproduzida quase como um mantra: comer a cada três horas, não repetir e não beliscar.

Ali, na casa número 715, fica o Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente da Universidade Federal de São Paulo. As garotas participam voluntariamente do Programa de Atividade para o Paciente Obeso, o Papo. O tema do encontro nesse dia: o tamanho das porções. A fatia de melão, ensina a nutricionista Simone Freire, não deve ser mais larga do que uma caixa de fósforos.

Quantidades descomedidas à mesa ajudam a engordar a prevalência de obesidade em crianças e jovens brasileiros, que hoje é de 9%. “Nos anos 1960, a porção de batata frita era um terço menor que hoje”, compara a hebiatra Ines Pardo, coordenadora do projeto Adolescente Saudável, da Prefeitura de Sorocaba, no interior de São Paulo.

A oferta de produtos industrializados e a falta de tempo — que, convenhamos, já virou desculpa para tudo — também têm sua parcela de responsabilidade no aumento da silhueta dos jovens. “Os nossos hábitos alimentares, de modo geral, mudaram muito”, observa Vivian Ellinger, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), no Rio de Janeiro. Pesquisas mostram que, aqui no Brasil, estamos exagerando no sal e no açúcar, além de tomar pouco leite e comer menos frutas e feijão. E os adolescentes, ou seja, aqueles com idade entre 10 e 19 anos, não estão imunes às estatísticas.

Outro pecado, velho conhecido de quem exibe excesso de gordura por causa da gula, surge como marca da nova geração: a preguiça. “Cem por cento das meninas que participam do Papo não praticavam nenhum esporte”, revela a psicóloga Cristina Freire, que monitora o desenvolvimento emocional das voluntárias. Nos encontros semanais do grupo, elas frequentam aulas de educação física.

Você provavelmente já sabe quais são as consequências de uma rotina sedentária e cheia de gordura. “E não é novidade que os obesos têm uma sobrevida menor”, acredita Claudia Cozer, endocrinologista da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Mas, se há cinco anos os estudos projetavam um futuro sombrio para os jovens, no cenário atual as doenças que viriam na velhice já são parte da rotina deles. “Os adolescentes já estão sofrendo com hipertensão e diabete”, exemplifica Claudia.

Não há dúvidas de que hábitos saudáveis criados desde a infância são a maneira mais eficiente de mudar essa realidade. E é mais garantido aproveitar o organismo cheio de vida e energia da juventude do que deixar para resolver qualquer situação mais para a frente. “De um problema na coluna ao excesso de peso, tudo é mais fácil de corrigir na adolescência do que na vida adulta”, afirma Souza Lima.

A CULPA É DE QUEM?
Acredite: não vale a pena procurar um culpado. “Estamos, todos, falhando: escola, pais e profissionais de saúde”, sentencia Adroaldo Gaya, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coordenador do projeto Esporte Brasil. “A abordagem deve ser multidisciplinar”, acredita.

Os especialistas concordam que, como é na escola que a meninada passa a maior parte do tempo, é essencial que ela ofereça um programa de orientação nutricional e incentive a prática de atividade física. “A alimentação deveria fazer parte do currículo escolar”, defende Vivian Ellinger, da SBEM, no Rio de Janeiro.

Só que não dá para jogar toda a responsabilidade sobre a instituição de ensino. “Os pais querem que os jovens mudem de hábitos e emagreçam sem alterar nada na rotina da própria casa”, observa Claudia Cozer. Quer dizer: a família toda deve entrar na dança. Sempre. A rotina atribulada e as longas jornadas de trabalho atrapalham, é verdade. Mas, faça as contas, preparar um sanduíche com queijos magros, peito de peru e alface não gasta mais tempo do que fritar um hambúrguer e colocar no pão. E já é um começo.

MOTIVAÇÕES DE SEMPRE
As gírias, a maneira de se comunicar, a idade em que começam ingerir bebida alcoólica... Muita coisa na vida dos adolescentes mudou nas últimas décadas. Mas, como seus pais ou seus avós na juventude, eles continuam sem saber o que os espera no futuro, ainda se locomovem em bandos e não dão muita trela aos insistentes alertas dos mais velhos. Talvez esteja aí o caminho para motivá-los à prática de exercícios, que deve ser realizada pelo menos duas vezes por semana. “Quando estão em grupo, até a caminhada fica divertida”, comenta Souza Lima.

É importante, principalmente nessa fase, sentir-se socialmente aceito. E o fato de praticar atividades físicas ao lado dos amigos é o maior incentivo que se pode oferecer a um jovem. Se bem informados, eles são perfeitamente capazes de compreender as vantagens de uma vida mais saudável. “Ora, eles querem crescer saudáveis, bonitos, com vigor”, diz Ines Pardo. A questão estética, aliás, é o que os locomove — e nada há de errado em apelar para ela por uma ótima causa, desde que colocando alguns pingos nos is.

No Papo, não é incomum que as meninas cheguem com o objetivo de perder peso apenas para ir a uma festa de 15 anos ou a uma formatura. Por isso mesmo, é preciso ficar atento a padrões de beleza — a busca exagerada por um perfil pode gerar frustração e, muitas vezes, causar distúrbios alimentares graves, como a anorexia.

O processo de conscientização deve passar pelos cuidados com a saúde, a noção de equilíbrio e as mudanças que podem ser feitas dentro do lar mesmo. Isso leva tempo. As meninas saíram da Unifesp naquela sexta-feira com uma lição de casa: trazer uma fotografia da sua geladeira. Revista Saúde

Comprar demais pode aumentar a barriga e deixar impotente

Pesquisadores descobriram que um composto químico encontrado em recibos e até receitas contém uma perigosa substância, o Bisphenol A (BPA), que pode causar desequilíbrio hormonal masculino.

O composto é utilizado para fazer tinta invisível em papéis termicamente sensíveis e podem ser ingeridas quando os homens, após lidarem com o papel, tocam a boca ou manipulam alimentos.

Segundo o urologista Frank Somme, em entrevista ao Daily Telegraph, essas alterações podem até diminuir o apetite sexual. "Em longo prazo, isso diminui o apetite sexual, faz a barriga crescer e tem efeitos negativos sobre a ereção e a potência", disse o médico. Ou seja, comprar demais ou lidar com esta substância diariamente pode causar impotência e favorecer o surgimento da indesejada barriguinha. Isso acontece porque substâncias como o BPA podem mudar o balanço hormonal masculino, privilegiando o estrógeno. A substância já foi proibida no Canadá e três Estados americanos.

Garrafas e latas que contêm o produto químico foram associadas ao surgimento de câncer de mama, doença cardíaca, obesidade, hiperatividade e outros distúrbios. O BPA pode afetar distúrbios associados com o metabolismo, a fertilidade e o desenvolvimento neural. É amplamente utilizado em latas de bebidas e comidas enlatadas para endurecer o revestimento interno do recipiente.

Os Estados Unidos e a Comunidade Europeia já se mobilizaram para promover a restrição ao uso da substância em produtos industrializados. Terra Saúde

Trauma pode ser uma oportunidade para mudar a vida para melhor

Estudos psiquiátricos e psicológicos recentes revelaram que experiências traumáticas podem criar oportunidades de crescimento pessoal. Isso porque através da introdução de novos valores e perspectivas de vida as pessoas conseguem não apenas enfrentar a situação traumática como superá-la. Para se chegar a essa conclusão foram analisados diferenças de comportamentos pós-traumáticos espontâneos.

Segundo o psicólogo Julio Peres, nesses casos o paciente percebe que é possível se reerguer e superar o peso de um grande trauma, seja ele devido a acidentes, enfermidades, violência urbana ou doméstica. Como exemplo prático dessa superação é o caso de um paciente que encarou a leucemia da mãe mobilizando outros cidadãos sobre a importância de ser um doador de medula óssea. Quando ele chegou ao consultório sentia-se incapaz, mas durante a psicoterapia percebeu que poderia ajudar outras famílias e se engajou na causa¿, disse o profissional.

Essa atitude, de desenvolver novos interesses e objetivos de vida pós-trauma, é um dos fatores de crescimento pessoal, assim como agir de modo independente, valorizar a vida, resgatar a religiosidade ou espiritualidade e descobrir a força e recursos pessoais existentes para superação do trauma. Terra Saúde

domingo, 4 de julho de 2010

Pais no trabalho e filhos de férias

É tempo de férias escolares! A maioria dos pais, e provavelmente você, não consegue conciliar os dias de folga com os das crianças. Se ainda não pensou no que fazer com seus filhos, como deixá-los na casa dos avós ou matriculá-los em um curso de férias na escola, selecionamos algumas dicas que podem ajudá-la:

- Se a sua faxineira/empregada não vai à sua casa todos os dias, veja se ela tem disponibilidade de ir de segunda a sexta durante as férias. Combine com ela um valor a mais e tente se organizar para almoçar com o seu filho alguns dias também;

- Se a sua irmã, cunhada ou algum parente próximo está de férias (e que, de preferência, tenha criança), verifique a possibilidade de seu filho ficar alguns dias na casa dele;

- Que tal aproveitar esse momento e deixar seu filho acampar? Alguns locais aceitam crianças a partir de 4 anos. Mas converse antes e veja se ele realmente quer fazer o passeio;

- A rede Sesc traz nesta época uma variedade de atividades para os pequenos. Acesse o site e veja a programação de sua cidade;

- Se os avós moram fora de sua cidade, veja a possibilidade de o seu filho ficar alguns dias na casa deles. Além de aproximar as crianças do convívio com a família, vai ser outra experiência bacana para ele;

- Veja um dia da semana em que a rotina do seu trabalho esteja mais tranquila e leve seu filho para conhecer o local onde passa o dia;

- Ainda no trabalho, tente algum acordo. Por exemplo: você trabalha uma hora a mais de segunda a quinta e, na sexta, faz apenas meio período, para poder aproveitar a tarde com as crianças. Em tempos de celular e internet, é fácil você se manter em contato;

- Sabemos que não é a solução ideal mas, se for preciso, que tal sair de férias com uma semana de diferença do seu marido/companheiro? Vocês ficam três semanas juntos e cada um ainda tem uma semana sozinho com os filhos. Assim, eles ficam uma semana a mais com vocês;

- Se você é separada do pai do seu filho, combine com ele de tirar férias em meses diferentes;

- Lembre-se: crianças de férias em casa merecem atenção redobrada para evitar acidentes domésticos. Conheça aqui os principais cuidados;

- Nunca, jamais, em hipótese alguma deixe seu filho sozinho em casa. Crescer

O Brasil perdeu. E agora?

Não é fácil nem para adultos aceitarem uma derrota, imagine para as crianças. Mas é nesse momento que você pode ensinar o seu filho a lidar com sentimentos como tristeza e frustração

Seu filho estava todo empolgado com o dia do jogo do Brasil. Mal acordou e já vestiu a camisa, bandeira na mão e uma cornetinha para comemorar o gol. Assim que os jogadores entraram em campo, ele correu para frente da televisão e não quis perder nenhum lance. A expectativa foi grande, mas as coisas não foram bem dentro de campo, e o time adversário venceu o jogo. Nesse momento, a tristeza e a frustração são inevitáveis. Mas, ao contrário do que parece, esses sentimentos são positivos, sim, e auxiliam no desenvolvimento psicológico das crianças.

“Existe uma tendência de poupar as crianças em situações frustrantes, e isso só atrapalha o desenvolvimento”, diz Rita Calegari, psicóloga do hospital São Camilo. Portanto, aproveite o momento da derrota do time e converse bastante com ele e acalme-o se ele chorar. Explique que esse sentimento de tristeza é natural e passageiro, e faz parte. Vale até falar sobre como os próprios jogadores em campo encaram a situação. “Um atleta não deixa de jogar após tomar o gol, ele tem de continuar em campo enfrentando o adversário. E na vida é a mesma coisa”, diz Rita.

Mas atenção. Não vá transformar esse momento de diversão ao assistir um jogo em família em uma aula de bons valores. "Não precisa ficar tentando explicar tudo à criança antes para amenizar o impacto da derrota. Deixe que seu filho tome a iniciativa e faça perguntas se ele quiser", afirma a psicóloga. Crescer

Meu filho de 14 anos me disse que não sente atração por mulheres

Estou muito confusa, não sei como agir, ele sabe que não aprovo, mas quero ajudá-lo

Resposta: A melhor forma de ajudá-lo é você estar ao lado dele, sem querer controlar o que ele sente ou o que ele faz. Sempre que falamos da vida de nosso filhos, carregamos conosco todo aquele projeto que imaginamos para eles desde que nascem (ou até antes disso).

Desde a gravidez, muitas já projetam tudo aquilo que julgam ser o melhor para os filhos. Porém, não é raro que aquilo que seja importante para os filhos nem sempre corresponda aos anseios dos pais.

O fato de o seu filho ter falado a você que não sente atração por mulheres, já mostra o grau de confiança que ele tem em você. Ficar do lado do seu filho é considerando você na sua própria trajetória de vida, nas suas experiências passadas e atuais. Veja, você já admitiu a si mesma que está confusa e não sabe como agir ou pensar a respeito disso. Que tal compartilhar com ele esse seu não-saber? Desse modo surge a possibilidade para que você e ele criem condições para compreender o que acontece. Quanto ao aprovar ou não aprovar, passa pelo senso de juízo, daquilo que é bom ou daquilo que não é bom para ele. Isso não vai ajudar muito, pois não irá contemplar a necessidade de vivências do seu filho. As escolhas ao longo da vida serão feitas por ele a partir das próprias necessidades e interesses. É muito comum os pais se colocarem na posição de ter que saber de tudo. Mas nós, enquanto humanos, não sabemos de tudo, mas podemos nos autorizar sempre a conhecer o novo, aceitar o novo, mesmo que não concordemos com esse novo, mas reconhecemos esse novo como algo possível.

Como faço assumir minha homossexualidade sem culpa?

Resposta: A questão apresentada é complexa. Creio ser importante remeter a alguns aspectos históricos da homossexualidade para se compreender como a culpa se instala. Durante muito tempo a homossexualidade foi considerada perversão, desvio, doença, inclusive sendo registrada em manuais de doenças. A partir do século XVIII até por volta do XIX, existiu um forte movimento para "patologizar a sexualidade". Foi um período onde se buscava classificar as diversas formas de expressão da sexualidade a fim de reafirmar um modelo dito "normal". Nesse período o "modelo normal" era aquele que possuía três características: ser heterossexual, monogâmico e ter prática sexual voltada para a reprodução. Tudo aquilo que fugia dessas três características se convencionava chamar de "desviante", e era passível de alguma forma de controle/tratamento/punição. Hoje, a partir do avanço de pesquisas e de movimentos sociais, a homossexualidade é explicada a partir dos mais variados discursos, porém, reconhece-se que a homossexualidade não é uma perversão, desvio, ou mesmo doença. Desse modo, somente se fala em "cura" na pré-existência de uma "doença".

Por não consistir em doença, desvio ou perversão, em 1973, a Associação Psiquiátrica Americana excluiu a homossexualidade do Diagnostic and Statistical Manual - DSM. No Brasil, em fevereiro de 1985, o Conselho Federal de Medicina deixou de considerar a homossexualidade como doença.
Em 1999, o Conselho Federal de Psicologia, por meio da Resolução CFP no 01/99, passou a proibir o tratamento psicológico visando a "cura" da homossexualidade, depois de denúncias de que psicólogos, associados a Igrejas, promoviam a "cura" (="conversão") de homossexuais para heterossexuais.

Voltando a questão apresentada em como assumir a homossexualidade sem culpa, sugiro que em primeiro lugar você localize aquilo que se refere quando fala em culpa. A culpa está muito relacionada a um sentimento despertado ao ter descumprido alguma regra ou compromisso social. A reflexão é saber como você lidará com aquilo que sente ser seu, e aquilo que esperam de você - é dos outros. Nem sempre será possível conciliar as duas coisas, mas a escolha será somente sua de como lidar com você mesmo. Ainda na linha da culpa, sugiro que reflita também naquilo que desperta esse sentimento em você - alguém que depositou muita expectativa e ficará decepcionado(a)? Localize seus medos, aquilo que imobiliza você de alguma forma. E, outro ponto importante, reflita sobre como você compreende a homossexualidade, e quais as mensagens que você internalizou ao longo da vida sobre o assunto. Essas questões poderão auxiliar você a superar as dificuldades relacionadas a sua sexualidade.

A partir daí você encontrará caminhos para assumir a si mesmo e depois vivenciar a sua sexualidade de forma mais plena. Conversar com alguém que confie, homossexual, ou não, pode auxiliar nessa fase, até mesmo para conhecer as mais diversas experiências.

É inegável que vivemos em um mundo plural. Sempre é bem-vinda a reflexão de como lidamos com a própria sexualidade a fim de se compreender a do outro, principalmente se a sexualidade do outro foge do nosso próprio padrão que acreditamos ser de normalidade. Se o modo de ser do outro gera tanto desconforto, talvez seja um sinal de que o "modelo de normalidade" está rígido demais e clamando por revisão de conceitos.

Como lidar melhor com a questão de se envolver afetivamente com outro homem?
Já que no relacionamento homossexual é muito complicado, pois existe uma troca muito frequente de parceiros, as pessoas só querem transar e pronto

Resposta: Na questão acima citei a importância de reconhecer em si as mensagens incorporadas sobre a homossexualidade. Na sua pergunta você já estabelece que o relacionamento com outro homem "é muito complicado" e que no relacionamento entre duas pessoas do mesmo sexo "existe uma troca frequente de parceiros", e "as pessoas só querem transar e pronto". Envolver-se afetivamente com alguém demanda uma entrega na relação. Se você for "armado" com uma série de mensagens, as suas atitudes serão condizentes com esse modo de pensar, e provavelmente a situação não favorecerá uma relação saudável, e tudo parecerá muito complicado.

Nos relacionamentos heterossexuais existe uma gama de possibilidades de vivências, assim como no relacionamento homossexual. Existem muitos relacionamentos heterossexuais onde as pessoas também só querem praticar sexo e nada mais, e buscam a troca frequente de parcerias. Será que a questão não reside no fato de como se relacionar? Que tal você se propor em conhecer outros homens sem a pretensão de se envolver afetivamente e deixar a relação fluir para, quem sabe, um relacionamento mais íntimo? Que tal substituir "o difícil" pelo "tornar possível" uma relação? Boa sorte! Marcelo Toniette é psicólogo e psicoterapeuta sexual

Metade das mulheres com diabetes gestacional desenvolve a doença de forma definitiva alguns anos depois

Filhos de mulheres que tiveram diabetes durante a gravidez têm risco até cinco vezes maior de desenvolver a doença na idade adulta. Além disso, metade das mulheres que apresenta diabetes gestacional terá a doença de forma definitiva cerca de cinco anos após a maternidade.

As informações foram divulgadas por especialistas no Diabetes Summit for Latin America, conferência da Fundação Mundial de Diabetes (World Diabetes Foundation – WDF) que termina nesta sexta-feira (2), em Salvador (BA).

De acordo com pesquisas feitas na década de 1980, cerca de 7% das gestantes brasileiras com 20 anos ou mais desenvolvem diabetes durante a gravidez.

A questão é que os critérios para definir a doença têm mudado, o que faz com que as estimativas sejam bem mais altas hoje em dia. “O índice pode ser superior a 10%”, informa o médio epidemiologista Bruce Duncan, professor adjunto da Universidade da Carolina do Norte e também membro do corpo docente da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Além disso, o sedentarismo e a alimentação inadequada têm colaborado para o aumento do diabetes de uma forma geral.

“O diabetes gestacional era uma doença rara, tratada sempre com insulina. Agora, sabemos se trata de um problema mais comum, que muitas vezes pode ser administrado somente com dieta e atividade física na gravidez”, relata.

Fatores de risco
As alterações no metabolismo e na produção de hormônios durante a gestação - mecanismos naturais de proteção ao feto, podem prejudicar a ação da insulina, hormônio que metaboliza o açúcar no sangue. Por isso, se a mulher já tiver alguma predisposição, pode desenvolver diabetes, em geral nos meses finais da gravidez.

“A maioria volta ao normal logo após o parto, mas uma parte continuará com a doença”, explica a médica Maria Inês Schmidt, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ela é a pesquisadora que coordenou o maior estudo sobre o tema já feito no Brasil, na década de 1990.

De olho na cintura
A médica explica que o acúmulo de gordura antes da 28ª semana de gestação (quando o útero “sobe” e a gravidez torna-se visível) é um sinal de atenção para o risco de diabetes. Principalmente se essa gordura estiver concentrada na região abdominal.

Mulheres com histórico familiar e as que engravidam após os 35 anos também devem ficar mais atentas. O exame de glicemia de jejum deve ser feito logo no início da gravidez para diagnosticar uma eventual elevação na taxa de açúcar. Schmidt afirma que na gravidez a taxa não deve ser superior a 85 mg por dL (fora da gestação o índice máximo é de 100 ou 110 mg por dL). Outros exames também podem ser solicitados, como o de tolerância à glicose.

Além de aumentar a predisposição do bebê a ter a doença no futuro, o diabetes gestacional eleva as chances de gerar crianças com peso alto (acima de 4 kg), o que traz riscos para ambos durante o parto e faz com que o filho tenha dificuldades para vencer a obesidade ao longo da vida.

A saída para evitar todos esses problemas é cuidar bem da alimentação e não descuidar da atividade física durante a gravidez. "O mito de que a grávida deve comer por dois ainda existe, o que coloca muitas mulheres em risco", comenta a médica.

“Se a mulher estiver acima do peso, é interessante pensar em emagrecer antes de engravidar”, recomenda, ainda, a especialista. Além disso, Shcmidt ressalta que é importante que as mulheres que tiveram diabetes gestacional sejam monitoradas também após a gravidez, para evitar o aparecimento da doença nos anos seguintes à maternidade. Uol Saúde