domingo, 31 de março de 2013


O papel da família na prevenção e no consumo precoce de álcool


A família é um grupo social com uma organização complexa e que possui um papel fundamental na constituição dos indivíduos. Além de estar intimamente relacionada ao amadurecimento e desenvolvimento biopsicossocial, ela é responsável pelo processo de socialização primária, ou seja, quando a criança se adapta e se apropria das exigências do convívio em sociedade.  
O contexto familiar é marcado por diversos períodos e eventos que afetam direta ou indiretamente todos os seus membros. Um exemplo é o período que corresponde à adolescência (12 a 18 anos), considerada uma fase de intensas transformações relacionais, especialmente entre pais e filhos. É uma etapa da vida na qual um indivíduo adquire habilidades e atributos necessários para se tornar adulto. Marcada pela busca de identidade, escolha de papéis, essa fase contempla também o desenvolvimento neurocognitivo - amadurecimento biológico que possui importante papel na tomada de decisões, no bem-estar emocional e no comportamento. Os jovens se veem repletos tanto de oportunidades quanto de vulnerabilidades associadas aos comportamentos de risco como, por exemplo, o início do uso de bebidas alcoólicas.

Família: influência positiva ou negativa?

Evidências científicas apontam que determinadas características ou situações podem aumentar ou diminuir a probabilidade de surgimento e/ou agravamento de problemas com o álcool, conhecidas como "fatores de risco e proteção". Dentre os fatores de risco se destacam: genética, transtornos psiquiátricos - transtornos de conduta - falta de monitoramento dos pais e disponibilidade do álcool. Já entre os fatores protetores, destacam-se: controle da impulsividade, supervisão dos pais, bom desempenho acadêmico e política sobre drogas. Vale ressaltar que os fatores de risco não são necessariamente iguais a todos os indivíduos e podem variar conforme a personalidade, a fase do desenvolvimento e o ambiente em que estão inseridos.
"As famílias podem atuar de maneira protetora, principalmente quando existem fortes vínculos familiares e envolvimento afetivo"
Diante deste cenário, pais e familiares desempenham um papel importante na prevenção do uso de álcool pelos jovens. As primeiras interações da criança ocorrem com seus familiares e podem ser positivas ou negativas. Por essa razão, os fatores que afetam o desenvolvimento na família são provavelmente os mais cruciais, podendo exercer tanto um caráter protetor como de risco para o uso e abuso do álcool. 
Observamos em pesquisas científicas que as crianças estão mais propensas a desenvolver problemas com álcool quando há falta de envolvimento afetivo; ambiente familiar vulnerável; pais com histórico de abuso de drogas, transtornos mentais e comportamentos criminais; falta de autoridade e uso de álcool na família. Quando se trata especialmente do abuso de álcool pelos pais ou cuidadores, essas experiências podem comprometer o vínculo familiar e ameaçar os sentimentos de segurança que as crianças precisam para um desenvolvimento saudável. 
Por outro lado, as famílias podem atuar de maneira protetora, principalmente quando existem fortes vínculos familiares, envolvimento dos pais na vida da criança, apoio da família ao processo de aquisição da autonomia pelo adolescente; suporte familiar acerca dos aspectos financeiros, emocionais, cognitivos e sociais; envolvimento afetivo; hábitos saudáveis; comunicação clara e sincera; discernimento quanto aos papéis de pais e filhos; limites claros e consistentes na aplicação de disciplina e monitoramento dos diversos processos de crescimento e desenvolvimento. 
Em suma, destaca-se a importância da família como o primeiro e relevante agente para a formação de valores que protegem o jovem do consumo precoce e excessivo de álcool. O diálogo aberto e a colocação de limites constituem uma importante ferramenta na proteção do indivíduo.

Psiquiatria

Dez sinais de que a sua pele está sofrendo os efeitos do estresse


Acne

Cravos e espinhas são muito mais comuns na adolescência, mas podem surgir na fase adulta por alguns fatores, incluindo o excesso de tensão. "O estresse aumenta a produção das glândulas sebáceas e deixa a pele mais oleosa, favorecendo o surgimento da acne", explica o dermatologista Anderson.

A primeira recomendação dos dermatologistas é não cutucar esses cravinhos. "Os micro-organismos presentes nas unhas podem causar um processo inflamatório na acne, piorando o estado da pele e aumentando as chances de virar uma cicatriz", afirma o dermatologista Fernando de Freitas, de São Paulo. Em vez disso, lave o rosto duas vezes por dia com sabonete neutro, use apenas produtos indicados por seu médico para a sua pele e evite abusar de doces, frituras e gorduras, que aumentam a oleosidade da pele.


Alergias

Segundo o dermatologista Anderson, o estresse age nas células do tecido conjuntivo associadas às reações alérgicas, chamadas mastócitos. "Com isso, aumenta a coceira e o prurido", diz o médico. Para evitar que a alergia de pele piore, adote as dicas da dermatologista Pietra Martini, da Clínica Priméra, em Campinas (SP):

- Aplique uma camada espessa de hidratante com filtro solar na área afetada para evitar manchas;
- Lave a pele apenas com água fria enquanto houver alergia;
- Evite coçar, para não aumentar a lesão;
- Caso a irritação persista, consulte um dermatologista.


Dermatite Seborreica
 
 

Dermatite Seborreica

Essa doença provoca lesões avermelhadas e que descamam a pele - sobretudo o couro cabeludo - e é causada por um fundo chamado pityrosporum ovale, que se alimenta do sebo produzido pelas glândulas da pele. Segundo a dermatologista Thais Pepe, médica especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a dermatite seborreica é facilmente tratada. "Os tratamentos costumam envolver o uso de xampus que combatem oleosidade, caspa ou fungos; loções para o controle da inflamação e das caspas e até mesmo medicações de uso oral que venham a controlar a oleosidade", conta a médica. Além disso, ela lembra a importância de expor a pele ao sol (com filtro solar e fora do período entre as 10h e 16h), pois os raios solares ajudam a amenizar o problema.


Furúnculo

Essa infecção é muito comum em regiões com dobras ou pelos, como virilha e bumbum. "O furúnculo se transforma em um nódulo endurecido, vermelho e bem dolorido e, se não for tratado, pode virar uma ferida com pus", conta Anderson Bertolini. Além do tratamento antibiótico, o furúnculo precisa ser drenado. "Mas é um médico que vai determinar a hora certa e fazer esse procedimento com higiene e técnica adequadas", reforça Thais Pepe.


Herpes

Esse problema é causado por um vírus do próprio organismo e desencadeado por fatores como estresse, sol e baixa imunidade. Feridas em formato de bolhas aparecem no corpo - principalmente nos lábios e nos genitais. "É preciso iniciar uma medicação oral para evitar o aumento de herpes, além de aplicar creme tópico para diminuir a transmissão", conta a dermatologista Thais


Micose

A micose é uma infecção é causada por fungos que se proliferam em ambientes úmidos, fechados e quentes. "Ela é um dos sinais de que o sistema imunológico está deficiente", conta o dermatologista Anderson. Para conter esse problema, Thais Pepe dá a seguinte orientação: seque o local após o banho todos os dias e use antifúngicos orais e tópicos (pomadas) indicados por um dermatologista.


Rosácea

Caracterizada por uma vermelhidão no rosto, a rosácea também pode apresentar nódulos, pus, inchaços e vasinhos. "Tensão, ansiedade, estresse são fatores desencadeantes e o quadro pode piorar com o consumo excessivo de álcool e exposição solar", alerta Anderson Bertolini. Além disso, a pele com rosácea é muito mais sensível a produtos cosméticos, sendo importante evitar substâncias que possuem ácidos e álcool. Dependendo do grau de rosácea, é necessário realizar tratamento medicamentoso.


Psoríase

Ela é uma doença inflamatória crônica, não contagiosa e caracterizada por lesões avermelhadas e que descamam. "A psoríase costuma aparecer no couro cabeludo, nos cotovelos e nos joelhos", conta Anderson Bertolini. Além de controlar o estresse - que é um agravante do quadro -, é importante tomar sol e hidratar a pele. "Use de preferência hidratantes sem ureia na formulação e sem perfume", orienta a dermatologista Thais Pepe.


Envelhecimento precoce

Perda da vitalidade, diminuição da elasticidade, linhas de expressão e manchas são os principais sinais do envelhecimento da pele, de acordo com o dermatologista Anderson. Para evitar que esse problema seja precoce, vale a pena controlar as emoções, uma vez que o estresse pode acelerar a ação dos radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento das células. Exposição solar exagerada, falta de hidratação adequada e tabagismo são outros fatores que podem antecipar o aparecimento de rugas.


Olheiras

As bolsas e manchas escuras embaixo dos olhos são decorrentes, principalmente, de noites mal dormidas. "Um bom corretivo ajuda a disfarçar, mas, se as olheiras forem permanentes, a solução é procurar um dermatologista para tratar da forma correta", conta o maquiador Marcelo Marques, de São Paulo. Ele lembra que a pele do resto é muito sensível - ainda mais nessa região - e pode ser manchada com facilidade. "Por isso, devemos tomar muito cuidado com receitas caseiras para não piorar a situação", alerta.

Segundo a dermatologista Cristina Graneiro, diretora médica da clínica La Liq, os cremes mais indicados para amenizar as olheiras são à base de ácido tioglicólico ou vitamina K. A vitamina C também ajuda, tanto como antioxidante, quanto como clareador. "É fundamental também usar filtro solar, pois o acúmulo de melanina pode piorar a aparência da olheira", conta a profissional.

MINHA VIDA

Conheça causas pouco conhecidas da prisão de ventre


Os principais culpados da prisão de ventre já são bem conhecidos, como má alimentação, sedentarismo e estresse. "Na maioria das vezes, o aumento da quantidade de fibras e da ingestão de água e a prática de exercícios já conseguem reverter esse problema", conta o gastroenterologista José Roberto de Almeida, presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia.

No entanto, há casos em que apenas essas medidas não são suficientes porque as causas envolvem medicamentos e até outras doenças, como o diabetes. Confira o que médicos também apontam como motivos da temida prisão de ventre e saiba como revertê-los.

Hipotireoidismo

A tiroide é uma glândula localizada no pescoço responsável por produzir hormônios que regulam o funcionamento de diversos órgãos do corpo. Dados do IBGE apontam que por volta de 15% dos brasileiros sofrem de problemas nessa glândula. Um deles é o hipotireoidismo, que é a baixa produção dos hormônios. "Todo o corpo pode sofrer com essa alteração hormonal, incluindo o intestino", explica a gastroenterologista Débora Dourado Poli, do Hospital São Luiz. A digestão pode ficar mais lenta, por exemplo, provocando a constipação intestinal.

Se você já faz tratamento para problemas na tireoide, converse com o seu médico e verifique se há a necessidade de mudar hábitos ou tomar medicamentos que combatem a prisão de ventre. Tire dúvidas sobre sintomas e tratamento de hipotireoidismo

Hiperparatiroidismo

Esse problema é menos comum que o hipotiroidismo e está ligádo a uma glândula que fica perto da tireoide, chamada paratireoide. Ela excreta o paratormônio (PTH), que é responsável por regular os níveis de cálcio e fósforo no organismo. No hiperparatiroidismo, o PTH é preoduzido em excesso, aumentando a quantidade de cálcio no sangue - problema chamado hipercalcemia - e provocando a prisão de ventre. Um médico endocrinologista poderá indicar o teste e o tratamento adequados para combater essa condição.


Analgésicos

Pessoas que se recuperam de uma cirurgia ou estão controlando uma dor crônica costumam ser receitadas com analgésicos chamados opioides, que equivalem à morfina. "Esse tipo de analgésico pode levar a uma constipação intestinal, sendo preciso rever os hábitos alimentares para tentar reverter o quadro e, em casos mais extremos, indicar o uso de um laxante", explica a gastroenterologista Débora, do Hospital São Luiz.


Uso indevido de laxantes

Alguns laxantes apáticos - que irritam mais as mucosas intestinais - podem gerar uma lesão nos nervos que comandam o intestino, criando uma dependência ao uso do remédio. Quanto mais a pessoa usar esse medicamento, mais o intestino pode ficar tolerante e precisar de ainda mais laxante para funcionar. "Faltam mais estudos para comprovar essa relação, mas mesmo assim é importante que as pessoas façam uso de laxante com orientação médica adequada", afirma a gastroenterologista Debora.


Antidepressivos

"Medicamentos para depressão chamados antidepressivos tricíclicos costumam provocar a constipação intestinal", diz Debora Poli. Uma possível explicação para isso é que esses remédios afetam a transmissão dos nervos para que o intestino funcione corretamente. Se você toma esses medicamentos, converse com o seu médico para verificar se realmente pode ser essa a causa da sua constipação. Ele pode indicar a mudança de alguns hábitos e até a troca do tipo de antidepressivo


Antiácidos

Débora Poli explica que o antiácido feito com hidróxido de magnésio costuma prender o intestino, enquanto o hidróxido de alumínio costuma soltar. "Há antiácidos que possuem uma combinação dessas duas substâncias para deixar o intestino regulado", conta. Por isso, cheque o rótulo antes de comprar o seu remédio contra azia e má digestão.


Doença do intestino irritável

A síndrome do intestino irritável (SII) é uma doença que envolve alterações nos movimentos intestinais, provocando dor abdominal e cãibras. "Esse problema pode trazer tanto constipação quanto diarreia, depende do organismo da pessoa", explica o gastroenterologista José Roberto. Quando há prisão de ventre, a pessoa tem dificuldade na passagem das fezes e sente muita cólica.

A Doença de Crohn, um processo inflamatório intestinal que envolve as paredes do órgão, também pode causar prisão de ventre, embora seja pouco comum. "A maioria das pessoas com essa doença costuma ter diarreia durante as crises", afirma José Roberto.


Letícia Gonçalves