sábado, 26 de dezembro de 2009

Compulsão na infância

Idéias fixas, pensamentos ou atos repetitivos, rituais para afazeres simples. Todos esses comportamentos são característicos do Transtorno Obsessivo Compulsivo, um distúrbio mental que pode ser diagnosticado diante da constatação de manias persistentes, tiques ou pensamentos recorrentes. Na infância, esses comportamentos comumente passam desapercebidos, ao serem confundidos com atitudes naturais da infância ou pela dificuldade da verbalização das crianças.

De acordo com estudos (como o publicado por Snider e Sweedo em 2003), obsessões por limpeza representam quase 40% dessas obsessões e lavar as mãos, 85% dos sintomas de compulsão, seguidos de subir e descer escadas e fechar repetidamente as portas. A lista de manias relacionadas à contaminação e limpeza é dominante na maioria dos casos, confirma a psiquiatra Ana Hounie, vice-coordenadora do PROTOC (grupo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, que pesquisa e oferece tratamento para quem sofre do transtorno).

No caso das crianças, o desafio maior é a detecção precoce. Assim, se recomenda que os pais observem nas crianças o desenvolvimento de hábitos repetitivos, lesões na pele (causados por hábitos de higiene excessiva) ou procurar pistas nos afazeres escolares (compulsões em refazer a lição, por exemplo, apagando e reescrevendo as respostas). As crianças tendem a esconder alguns desses hábitos dos adultos ou professores e somente criticá-las pode ser mais prejudicial. Uol Sáude