Pessoas de todas as idades podem apresentar azia - o ardor no estômago ou esôfago. A azia geralmente acontece devido ao refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago. A maioria dos pacientes é portadora de uma incompetência do esfíncter esofágico inferior (músculo que mantém o esôfago fechado), que associado a um aumento de pressão gástrica, não consegue conter o refluxo da secreção ácida produzida pelo estômago em direção ao esôfago, causando assim uma lesão inflamatória, denominada esofagite.Os sintomas clássicos da esofagite de refluxo incluem a queimação retroesternal (azia), regurgitação (vômito sem esforço), dor na deglutição e piora dos sintomas à ingestão de alimentos ácidos. Os sintomas são mais freqüentes após uma refeição farta e quando o paciente se deita.
O diagnóstico preciso é a única maneira de determinar o grau da inflamação no esôfago e direcionar o tratamento. O tipo de lesão pode variar desde um grau leve até casos severos, nos quais pode haver o aparecimento de úlceras esofágicas e até uma lesão pré-cancerígena. Essas duas complicações devem ser tratadas de maneira rápida e eficiente, pois podem levar a sérios danos para a saúde.
O diagnóstico pode ser feito através de vários exames, porém o mais importante é a endoscopia digestiva ativa, que inspeciona a mucosa de todo o esôfago e determina a presença hérnia de hiato, ulcerações ou outras complicações.
O tratamento clínico do refluxo gastroesofágico é feito com simples medidas: elevação da cabeceira da cama, pois durante a noite, com o paciente em posição horizontal, o refluxo é mais acentuado; refeições pequenas, principalmente à noite antes de dormir; ingestão de antiácidos; redução de peso; evitar alimentos agravantes (chocolate, álcool, bebidas gaseificadas, café); parar de fumar.
Não havendo melhora com o tratamento clínico, é realizada a cirurgia anti-refluxo videolaparoscópica. A grande vantagem dessa cirurgia em relação à convencional é o menor tempo de permanência do paciente no ambiente hospitalar e uma melhor recuperação pós-operatória, por não haver necessidade de grandes cortes no ato cirúrgico. Além de ocasionar menos dor o paciente retorna rapidamente às atividades diárias.
Essas são algumas considerações sobre a azia. Na dúvida, procure seu médico para o melhor esclarecimento de seu problema. Ele é seu grande aliado na busca do seu bem-estar físico e mental.
Dr. Rodrigo Fontan
