domingo, 11 de outubro de 2009

Barre a calvície

Cerca de dois bilhões de pessoas a redor do globo sofrem com o rareamento dos cabelos, o que representa quase um terço da população do planeta. “Nos homens, 80% dos casos se devem a fatores genéticos, que deflagram a chamada alopecia androgenética”, afirma o tricologista Luciano Barsanti, do Instituto do Cabelo, em São Paulo. Já no sexo feminino, até 20% das ocorrências podem estar relacionados à influência dos genes. Só no Brasil, cerca de dois milhões de mulheres apresentam calvície. Para ter uma ideia do tamanho da encrenca, por volta de 90% dos homens apresentam queda significativa do cabelo a partir dos 40 anos de idade, sendo que 50% já começam a enfrentar o estorvo aos 15.

A derrocada
O vilão da história atende pela sigla DHT. Em um processo natural, o hormônio masculino testosterona, que também é fabricado em menor quantidade nas mulheres, é transformado na tal substância. Até aí, tudo bem. O problema é que os genes de algumas pessoas fazem com que seu bulbo capilar—estrutura responsável pela fixação e nutrição do cabelo—tenha maior, digamos, afinidade pelo DHT. E é ali que ele provoca estragos. “Primeiro, promove um processo inflamatório na superfície do couro cabeludo. Aos poucos, ele progride até a matriz do cabelo, atrofiando-a”, explica o tricologista Arthur Ticocinsky, de São Paulo. É por isso que muitas pessoas notam que seus cabelos estão afinando, apesar de não encontrarem muitos fios espalhados pela casa.
O tratamento
Tomar uma providência precocemente é a melhor solução contra a alopecia androgenética. Isso porque uma vez que a raiz do cabelo estiver completamente atrofiada, não haverá mais solução, exceto o implante capilar. Mas há como evitar que o DHT cause tamanho estrago. Ou, pelo menos, dá para retardar a chateação. “Muitas vezes recorremos ao minoxidil, um produto de uso tópico que melhora a circulação nos vasos sanguíneos capilares e estimula a divisão celular, para que os fios voltem a crescer”, explica o tricologista Valcinir Bedin, do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele, em São Paulo. “Nos homens, também podemos lançar mão da finasterida, droga que bloqueia a ação de uma enzima, a 5-alfa redutase, responsável por converter a testosterona em DHT”, completa Luciano Barsanti. Tratar a seborreia, evitar o tabagismo e fazer uma alimentação adequada colaboram para barrar a progressão do problema. Saúde Abril