quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Caso Eloá causou aumento na doação de órgãos, diz médico

Quatro horas. Esse foi o tempo aproximado que levou a cirurgia da transplantada que recebeu o coração da garota Eloá Pimentel, morta pelo ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes há um ano, em Santo André (Grande São Paulo).

O relato é do médico José Pedro da Silva, chefe da equipe que realizou a operação no dia 20 de outubro de 2008, no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Ele diz que houve um aumento de ao menos 30% do número de transplantes na unidade após a decisão da mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, de doar os órgãos da filha.

“Toda vez que sai alguma reportagem na mídia falando sobre pessoas que sobreviveram por causa de doações de órgãos, isso influencia a decisão das famílias", declara.

Segundo o médico, o transplante do coração foi muito bem sucedido e a receptora, Maria Augusta dos Anjos, com então 39 anos, não apresentou nenhuma rejeição.

“Foi uma verdadeira dádiva. Ela corria risco de morte, devido a um problema congênito. A paciente estava na fila de espera havia dois anos”, comenta o médico.

Depois da retirada do órgão, o transplante do coração deve ser feito em no máximo cinco horas. Após esse tempo, o risco de a cirurgia não dar certo aumenta.

De acordo com o especialista, a partir da autorização dos parentes é realizado um exame de sangue para ver a compatibilidade entre o paciente e o doador.

O médico explica que fatores como tipo sanguíneo, peso e idade ajudam a determinar qual paciente receberá o órgão –decisão tomada pela Secretária da Saúde.

Na ocasião, ainda foram transplantados pulmões, fígado, pâncreas, rins e as córneas de Eloá para outros pacientes. BAND