"Esta é minha última esperança. Se não der certo, não sei o que vou fazer." Assim começa a maioria das consultas nas clínicas de homeopatia. As mães, depois de tentativas frustradas na medicina tradicional, procuram nesse tipo de tratamento uma saída para curar os filhos. Reconhecida como especialidade médica no país desde 1980, a homeopatia se populariza cada vez mais.
Se, antes, apenas os adeptos de tratamentos alternativos iam em busca da homeopatia, hoje ela é recomendada até por médicos alopatas – aqueles que praticam a medicina tradicional. "Indico o tratamento homeopático em alguns casos, principalmente nos quadros crônicos. Quando os pacientes retornam, depois da primeira consulta com o homeopata, percebo como a criança melhorou. Os resultados são muito bons", declara Sandra Micalli, pediatra alopata e alergista. A indicação aumenta nos casos de doenças crônicas, como bronquite, rinite e alergias de pele.
Vários estudos científicos têm comprovado que a homeopatia funciona, sim. Um artigo publicado em 2009 pelo homeopata Marcus Zulian Teixeira no periódico especializado “Homeopathy”, por exemplo, conclui que ela pode ser eficaz no tratamento de rinite. A pesquisa, que envolveu 54 pessoas e durou 5 anos, constatou uma melhora significativa no quadro dos pacientes após 12 meses de tratamento. Além disso, observou-se também que os medicamentos homeopáticos a longo prazo (36 meses depois) também serviram para prevenir a rinite.
No Brasil, estima-se que existam cerca de 15 mil homeopatas, o que representa 4,4% dos 340 mil médicos. Desde 2006, o SUS (Sistema Único de Saúde) oferece tratamento homeopático por conta da sua Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. Formulada pelo Ministério da Saúde, a Política está de acordo com as diretrizes da OMS (Organização Mundial de Saúde) para a implementação de medicina complementar. Como resultado dessa prática, o custeio da homeopatia pelo governo quintuplicou numa década, chegando a R$ 3,2 bilhões em 2009, ano em que foram realizadas mais de 300 mil consultas homeopáticas no SUS.
Menos radical
A procura por homeopatas aumentou, mas a preocupação de algumas mães sobre o medicamento persiste. Será que a homeopatia vai dar conta do recado? E se o tratamento não surtir efeito? Será que meu filho pode piorar? Hoje o radicalismo ficou de lado. Os homeopatas também admitem usar medicamentos tradicionais, os mesmos receitados pelos alopatas, quando necessário. A mistura não é prejudicial e é encarada normalmente pelos profissionais da área. "A homeopatia, assim como qualquer outra ciência, tem suas indicações, suas contra-indicações e suas limitações. Nada impede de utilizarmos o medicamento alopático. Essa associação é comum e viável", afirma Antônio Carlos Silveira Rezende, pediatra homeopata.
Consulta longa
Quem defende a homeopatia alista facilmente vários de seus benefícios. "Quando uma criança doente começa a tomar remédios homeopáticos, observo uma recuperação geral. Ela passa a comer melhor e fica mais bem-humorada", ressalta Divaldo Dias Mançano, pediatra homeopata. E, a longo prazo, segundo Rezende, a qualidade de vida melhora. "Raramente fica doente e possui maior resistência. E torna-se um adulto menos propício a problemas respiratórios e com hábitos saudáveis."
A primeira consulta dura ao menos uma hora. "Nós examinamos muito, porque é no exame físico que encontramos muitas características que não foram informadas pelo paciente", justifica Rezende. Alguns médicos têm hierarquia para avaliar os sintomas. Primeiro os mentais (afeto, vontades), depois os gerais (apetite, transpiração, sono) e, por último, os locais (dores de cabeça, manchas no corpo, etc.). "Quando atendo um paciente novo, quero saber sobre seu jeito de ser e de estar, além dos seus hábitos alimentares, desejos, aversões, a maneira como se relaciona. Faço o diagnóstico da criança como um todo para poder escolher um medicamento específico para ela. Posso ter 20 pacientes com bronquite e eles tomarem 20 medicamentos diferentes", explica Mançano.
Tudo é importante
O homeopata ouve os relatos da mãe, mas observa o comportamento da criança. Os detalhes mais sutis da vida dela podem fazer diferença no diagnóstico. "Tudo é importante para formar o perfil homeopático, um conjunto de sinais e sintomas que vai identificar o paciente", diz Rezende. Depois de traçar o perfil, o pediatra prescreve o medicamento. Em geral, ele é produzido na forma de glóbulos, as conhecidas bolinhas de lactose (leite). Não há criança que o desaprove. Mas, antes de ser uma balinha, o glóbulo é um remédio. Portanto, mantenha-o fora do alcance delas.
Pode vacinar?
Homeopata é contra vacinação? Especialistas mais radicais insistem na idéia, mas vão contra a recomendação da Associação Médica Homeopática Brasileira. Segundo a entidade, o calendário oficial de vacinação do Ministério da Saúde deve ser seguido. Felizmente, é possível aproveitar os benefícios da homeopatia sem ter de abandonar o pediatra tradicional, as vacinas ou os medicamentos alopatas, quando necessários. Mais uma opção para você cuidar da saúde de seu filho.
[ Crescer ]
Se, antes, apenas os adeptos de tratamentos alternativos iam em busca da homeopatia, hoje ela é recomendada até por médicos alopatas – aqueles que praticam a medicina tradicional. "Indico o tratamento homeopático em alguns casos, principalmente nos quadros crônicos. Quando os pacientes retornam, depois da primeira consulta com o homeopata, percebo como a criança melhorou. Os resultados são muito bons", declara Sandra Micalli, pediatra alopata e alergista. A indicação aumenta nos casos de doenças crônicas, como bronquite, rinite e alergias de pele.
Vários estudos científicos têm comprovado que a homeopatia funciona, sim. Um artigo publicado em 2009 pelo homeopata Marcus Zulian Teixeira no periódico especializado “Homeopathy”, por exemplo, conclui que ela pode ser eficaz no tratamento de rinite. A pesquisa, que envolveu 54 pessoas e durou 5 anos, constatou uma melhora significativa no quadro dos pacientes após 12 meses de tratamento. Além disso, observou-se também que os medicamentos homeopáticos a longo prazo (36 meses depois) também serviram para prevenir a rinite.
No Brasil, estima-se que existam cerca de 15 mil homeopatas, o que representa 4,4% dos 340 mil médicos. Desde 2006, o SUS (Sistema Único de Saúde) oferece tratamento homeopático por conta da sua Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. Formulada pelo Ministério da Saúde, a Política está de acordo com as diretrizes da OMS (Organização Mundial de Saúde) para a implementação de medicina complementar. Como resultado dessa prática, o custeio da homeopatia pelo governo quintuplicou numa década, chegando a R$ 3,2 bilhões em 2009, ano em que foram realizadas mais de 300 mil consultas homeopáticas no SUS.
Menos radical
A procura por homeopatas aumentou, mas a preocupação de algumas mães sobre o medicamento persiste. Será que a homeopatia vai dar conta do recado? E se o tratamento não surtir efeito? Será que meu filho pode piorar? Hoje o radicalismo ficou de lado. Os homeopatas também admitem usar medicamentos tradicionais, os mesmos receitados pelos alopatas, quando necessário. A mistura não é prejudicial e é encarada normalmente pelos profissionais da área. "A homeopatia, assim como qualquer outra ciência, tem suas indicações, suas contra-indicações e suas limitações. Nada impede de utilizarmos o medicamento alopático. Essa associação é comum e viável", afirma Antônio Carlos Silveira Rezende, pediatra homeopata.
Consulta longa
Quem defende a homeopatia alista facilmente vários de seus benefícios. "Quando uma criança doente começa a tomar remédios homeopáticos, observo uma recuperação geral. Ela passa a comer melhor e fica mais bem-humorada", ressalta Divaldo Dias Mançano, pediatra homeopata. E, a longo prazo, segundo Rezende, a qualidade de vida melhora. "Raramente fica doente e possui maior resistência. E torna-se um adulto menos propício a problemas respiratórios e com hábitos saudáveis."
A primeira consulta dura ao menos uma hora. "Nós examinamos muito, porque é no exame físico que encontramos muitas características que não foram informadas pelo paciente", justifica Rezende. Alguns médicos têm hierarquia para avaliar os sintomas. Primeiro os mentais (afeto, vontades), depois os gerais (apetite, transpiração, sono) e, por último, os locais (dores de cabeça, manchas no corpo, etc.). "Quando atendo um paciente novo, quero saber sobre seu jeito de ser e de estar, além dos seus hábitos alimentares, desejos, aversões, a maneira como se relaciona. Faço o diagnóstico da criança como um todo para poder escolher um medicamento específico para ela. Posso ter 20 pacientes com bronquite e eles tomarem 20 medicamentos diferentes", explica Mançano.
Tudo é importante
O homeopata ouve os relatos da mãe, mas observa o comportamento da criança. Os detalhes mais sutis da vida dela podem fazer diferença no diagnóstico. "Tudo é importante para formar o perfil homeopático, um conjunto de sinais e sintomas que vai identificar o paciente", diz Rezende. Depois de traçar o perfil, o pediatra prescreve o medicamento. Em geral, ele é produzido na forma de glóbulos, as conhecidas bolinhas de lactose (leite). Não há criança que o desaprove. Mas, antes de ser uma balinha, o glóbulo é um remédio. Portanto, mantenha-o fora do alcance delas.
Pode vacinar?
Homeopata é contra vacinação? Especialistas mais radicais insistem na idéia, mas vão contra a recomendação da Associação Médica Homeopática Brasileira. Segundo a entidade, o calendário oficial de vacinação do Ministério da Saúde deve ser seguido. Felizmente, é possível aproveitar os benefícios da homeopatia sem ter de abandonar o pediatra tradicional, as vacinas ou os medicamentos alopatas, quando necessários. Mais uma opção para você cuidar da saúde de seu filho.
[ Crescer ]