Manter o foco e a energia no trabalho e a memória a todo vapor tem uma receita simples: coma a cada três ou quatro horas. Mas, claro, você precisa apostar nos alimentos certos
Por trás daquela dificuldade para achar uma saída rápida para questões do dia a dia ou prestar atenção em cada detalhe do discurso alheio se esconde um grito de alerta. O estoque de energia do cérebro está chegando a níveis críticos. A solução para evitar atrasos — de pensamento, no caso — é ter sempre um snack ao alcance das mãos. Essa é, pelo menos, a recomendação de um time de pesquisadores do Centro de Psicologia da Universidade do País de Gales, que analisou o rendimento de 96 participantes em testes de atenção e interpretação de textos. A metade que só tomou café da manhã e, depois, foi direto almoçar obteve piores resultados que o restante, que fez duas outras pequenas refeições nos intervalos de um dia cheio de tarefas.
“Longos períodos de jejum estressam o corpo, que é obrigado a priorizar órgãos vitais como o cérebro, retirando combustível estocado em outros cantos”, explica a nutricionista Tarsila Ferraz de Campos, do Centro de Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. E, em um primeiro momento, essa estratégia de redistribuir a energia até bota a cabeça para funcionar. Mas o resultado é a produção de ácido lático, substância que muda o pH do sangue e desperta o desejo irresistível por uma soneca. O foco do pensamento, então, vai para o espaço.
Quando você fraciona as refeições, não falta energia para o cérebro trabalhar — e o corpo não produz ácido lático a ponto de causar a sonolência diurna. “Isso porque o organismo consegue manter constantes os níveis de glicose no sangue, que é o resultado da digestão”, justifica a endocrinologista Claudia Cozer, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Mas atenção: para se beneficiar dessa tática, você deve reduzir a quantidade de comida nas refeições principais. Senão, o tiro sai pela culatra e os quilos começam a se acumular.
Nos lanches, aposte em porções moderadas de carboidratos complexos, como pães integrais, ricos em glicose. Essa é a principal manobra para a massa cinzenta funcionar a todo vapor. “Afinal, o cérebro se alimenta exclusivamente dessa molécula, consumindo 20% de toda a energia que ela produz ao ser queimada no organismo”, diz o neurofisiologista Rubem Guedes, professor da Universidade Federal de Pernambuco. “Se o fornecimento de glicose for deficiente, bilhões de neurônios que precisam de energia para realizar a troca de informações deixarão de trabalhar. E, aí, funções como a atenção terminam prejudicadas”, completa. Além de carboidratos, inclua nessas refeições uma fonte de proteínas, que são a matéria-prima de alguns neurotransmissores, moléculas usadas pelos neurônios para trocar mensagens entre si.
Se a reposição de proteínas e carboidratos não acontece como deveria e o cérebro ameaça cortar linhas de comunicação, há soluções emergenciais, como lançar mão de café, chá preto ou chocolate amargo. “A cafeína pertence ao grupo das xantinas — do qual fazem parte a teofilina dos chás e a teobromina do cacau. São substâncias que estimulam o sistema nervoso e aumentam a atenção”, afirma Marina Balzer, nutricionista do Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba. Elas melhoram o desempenho mental, mas o efeito dura um curto período. Não adianta exagerar na dose: cerca de 500 miligramas de cafeína, ou três xícaras de expresso forte, iniciam o processo de intoxicação, que causa insônia e taquicardia. E insônia prejudica o raciocínio no dia seguinte... Daí a história então se repete — ou fica até pior.
[ Saúde é Vital ]
Por trás daquela dificuldade para achar uma saída rápida para questões do dia a dia ou prestar atenção em cada detalhe do discurso alheio se esconde um grito de alerta. O estoque de energia do cérebro está chegando a níveis críticos. A solução para evitar atrasos — de pensamento, no caso — é ter sempre um snack ao alcance das mãos. Essa é, pelo menos, a recomendação de um time de pesquisadores do Centro de Psicologia da Universidade do País de Gales, que analisou o rendimento de 96 participantes em testes de atenção e interpretação de textos. A metade que só tomou café da manhã e, depois, foi direto almoçar obteve piores resultados que o restante, que fez duas outras pequenas refeições nos intervalos de um dia cheio de tarefas.
“Longos períodos de jejum estressam o corpo, que é obrigado a priorizar órgãos vitais como o cérebro, retirando combustível estocado em outros cantos”, explica a nutricionista Tarsila Ferraz de Campos, do Centro de Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. E, em um primeiro momento, essa estratégia de redistribuir a energia até bota a cabeça para funcionar. Mas o resultado é a produção de ácido lático, substância que muda o pH do sangue e desperta o desejo irresistível por uma soneca. O foco do pensamento, então, vai para o espaço.
Quando você fraciona as refeições, não falta energia para o cérebro trabalhar — e o corpo não produz ácido lático a ponto de causar a sonolência diurna. “Isso porque o organismo consegue manter constantes os níveis de glicose no sangue, que é o resultado da digestão”, justifica a endocrinologista Claudia Cozer, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Mas atenção: para se beneficiar dessa tática, você deve reduzir a quantidade de comida nas refeições principais. Senão, o tiro sai pela culatra e os quilos começam a se acumular.
Nos lanches, aposte em porções moderadas de carboidratos complexos, como pães integrais, ricos em glicose. Essa é a principal manobra para a massa cinzenta funcionar a todo vapor. “Afinal, o cérebro se alimenta exclusivamente dessa molécula, consumindo 20% de toda a energia que ela produz ao ser queimada no organismo”, diz o neurofisiologista Rubem Guedes, professor da Universidade Federal de Pernambuco. “Se o fornecimento de glicose for deficiente, bilhões de neurônios que precisam de energia para realizar a troca de informações deixarão de trabalhar. E, aí, funções como a atenção terminam prejudicadas”, completa. Além de carboidratos, inclua nessas refeições uma fonte de proteínas, que são a matéria-prima de alguns neurotransmissores, moléculas usadas pelos neurônios para trocar mensagens entre si.
Se a reposição de proteínas e carboidratos não acontece como deveria e o cérebro ameaça cortar linhas de comunicação, há soluções emergenciais, como lançar mão de café, chá preto ou chocolate amargo. “A cafeína pertence ao grupo das xantinas — do qual fazem parte a teofilina dos chás e a teobromina do cacau. São substâncias que estimulam o sistema nervoso e aumentam a atenção”, afirma Marina Balzer, nutricionista do Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba. Elas melhoram o desempenho mental, mas o efeito dura um curto período. Não adianta exagerar na dose: cerca de 500 miligramas de cafeína, ou três xícaras de expresso forte, iniciam o processo de intoxicação, que causa insônia e taquicardia. E insônia prejudica o raciocínio no dia seguinte... Daí a história então se repete — ou fica até pior.
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