quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Emoções fortes realmente fazem mal à saúde?

Uma das coisas que mais gostamos é de emoções fortes. Mas sempre fica a dúvida: Emocionar-se, afinal faz mal ou bem para a saúde? Quando as pessoas estão doentes os médicos pedem para a família evitar assuntos que emocionem o paciente, e quando esse está gravemente enfermo, pode ficar isolado numa UTI.

Parece até que toda emoção faz mal. Mas o que as pesquisas mostram é que isso não é verdade. Existem as emoções que fazem bem, e existem também as que fazem mal. O ideal é sempre privilegiar o primeiro grupo.

Na medicina chinesa atribui-se às emoções, todas as doenças, excluindo-se as que são causadas por fatores externos (como agentes infecciosos), má alimentação, trauma ou cansaço. Mas a sabedoria chinesa diz que as emoções são danosas à saúde apenas quando ocorrem em intensidade ou tempo excessivo. Assim é bom variar de emoção e de contexto, para não esquentar a cabeça apenas com um assunto.

Estudos com adolescentes também relacionam instabilidade emocional nas famílias com consumo de álcool e drogas, maus hábitos de vida e até conduta antissocial. Esses resultados foram encontrados em várias pesquisas, como uma publicada esse ano pelo Instituto Nacional de Saúde Mental e Dependência Química da Holanda. Numa outra pesquisa feita com estudantes de medicina da Universidade do Kansas, os resultados apontaram para uma correlação entre instabilidade emocional, agressividade e perda de aulas por problemas de saúde dos mais variados tipos.

Estudos clínicos e epidemiológicos ainda identificaram as emoções e estados de espírito que prejudicam a saúde. Aqueles que mais causam problemas são: a raiva, a tristeza, a culpa, a depressão e a ansiedade. Todos esses estados emocionais, em maior ou menor grau estão relacionados a problemas sérios de saúde, como doença isquêmica do coração, acidente vascular cerebral, câncer, infecções, problemas associados à dor crônica, obesidade e pressão alta.

Bom, mas nem tudo está perdido. Emocionar-se também pode ajudar a saúde, desde que sejam as emoções construtivas. Amor (fortes relações de afeto familiares) é o fator que mais se associa à boa saúde e qualidade de vida. Otimismo, alegria e bom humor são justamente os antídotos contra a temida aterosclerose, o câncer e problemas infecciosos graves. Procurar viver com alegria, evitar o mal humor, buscar contornar os conflitos sem muito desgaste, ter uma atitude positiva diante dos desafios da vida, e cultivar boas relações com a família e os amigos é o caminho para as emoções saudáveis. UOL