sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Manual para evitar intoxicação alimentar

A intoxicação alimentar é causada por alimentos contaminados por bactérias nocivas. Os sintomas mais comuns são vômitos, dores abdominais, diarreia e dores de cabeça e podem surgir de uma a 48 horas depois da ingestão do alimento, dependendo do tipo de bactéria. Ao contrário do que se acredita, os alimentos deteriorados não são a principal causa das intoxicações alimentares, pois a alteração do cheiro, do sabor e da aparência do alimento faz com que ele seja evitado. O maior risco, portanto, são os agentes que contaminam sem “estragar” o produto.

E você pensa que isso acontece só fora de casa? Um estudo realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo mostrou que 27% dos surtos de intoxicação acontecem com alimentos preparados e consumidos dentro de casa. Em restaurantes, padarias, lanchonetes e outros estabelecimentos esse índice é de 24%. “O cuidado na hora de preparar alimentos é fundamental para evitar intoxicações”, diz Maria Bernadete de Paula Eduardo, diretora da Divisão de Doenças Transmitidas por Água e Alimentos do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria.

COMO PREVENIR
- Em primeiro lugar, é preciso conhecer a origem dos alimentos que vai oferecer à família, dentro ou fora de casa;

- Antes de colocar qualquer item no carrinho do supermercado, por exemplo, leia o rótulo do produto. Além da data de fabricação, verifique se a embalagem está limpa. Há algum furo ou lacre rompido? Evite comprar enlatados cuja lata se encontra amassada ou estufada. Por último, veja se o alimento possui o endereço do fabricante ou algum tipo de certificação, como o SIF (Serviço de Inspeção Federal) no caso das carnes ou o selo verde para os orgânicos;

- Frutas e verduras devem ser lavados com água corrente antes do consumo. Caso vá ingerir os vegetais crus, deixe-os de molho por 15 minutos em produto indicado para desinfecção (como hipoclorito de sódio ou vinagre);

- Outras medidas de prevenção são: manter a cozinha sempre limpa; lavar as mãos antes de cozinhar e depois de trocar a fralda do bebê; cozinhar bem os alimentos (principalmente as carnes); ferver a água para beber e cozinhar, caso o fornecimento de sua cidade não for confiável; conservar os alimentos em local apropriado e, se possível, preparar a quantia exata de alimentos que a família for consumir, pouco antes da refeição;

- Lave (e peça para o seu filho fazer o mesmo) bem as mãos depois de brincar ou cuidar dos animais de estimação;

Caso vá reaquecer um alimento para consumi-lo, esquente-os numa temperatura acima de 0o C;

Em restaurantes, observe com atenção a higiene do local. Comidas em buffet, se não estiverem quentes ou refrigeradas de acordo, oferecem mais riscos de contaminação. O mesmo acontece com alimentos vendidos por ambulantes.

PRIMEIROS SOCORROS
Em geral, o tratamento consiste em repouso e ingestão de líquidos (água, água de coco, soro caseiro, chá de cidreira, camomila e erva-doce) para evitar a desidratação. Em caso de diarréia, ofereça alimentos que “prendam” o intestino, fontes de fibras solúveis, como maçã sem casca, goiaba, banana-prata, batata e suco de limão.

Comidas leves (bolacha de água e sal, purê de batata e arroz, entre outros) são mais adequadas. Evite açúcar, mel e doces em geral, bebidas com gás, vegetais folhosos (alface, agrião, espinafre) cereais integrais (pois aceleram o trânsito intestinal), leguminosas e frutas laxantes (como mamão, ameixa, laranja e melão).

O uso de medicamentos só é recomendado para pacientes com sintomas graves – se a diarréia durar muitos dias, por exemplo. Seja qual for o caso do seu filho, consulte o pediatra. Revista Crescer