terça-feira, 22 de setembro de 2009

Os perigos do suplemento

O suplemento é uma BOMBA?A análise de amostras de produtos muito utilizados para hipertrofi ar os resultados da musculação constatou a presença de anabolizantes na fórmula de 25% deles. E agora? Vamos entender direito essa história.

O alerta partiu do renomado Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. Lá, depois de receber inúmeras denúncias, uma equipe de pesquisadoras resolveu tirar a limpo a suspeita sobre suplementos vendidos a quem treina musculação. Foram analisados 111 produtos apreendidos em academias de ginástica paulistas pelo serviço de vigilância sanitária local. Ninguém divulgou as marcas, mas sabe-se que seis eram nacionais, dez eram fabricadas no exterior e 95 nem sequer apresentavam no rótulo o país de procedência.
O resultado da investigação foi bombástico: “Cerca de 25% dos suplementos tinham esteroides, substâncias derivadas do hormônio masculino e usadas para aumentar a massa muscular”, conta a farmacêutica Blanca Elena Ortega Markman, uma das pesquisadoras do Adolfo Lutz.

A desconfiança de que os suplementos alimentares podem conter substâncias prejudiciais não declaradas na embalagem vem de longa data. Outra pesquisa, esta realizada pelo Comitê Olímpico Internacional, o COI, em 2001, com marcas provenientes de 215 fabricantes de 31 países, revelou que, das 634 fórmulas avaliadas, 94 continham substâncias que não apareciam no rótulo e que dariam um resultado positivo no teste de dopping. “Nos últimos anos, muitas publicações internacionais vêm alertando sobre a presença de drogas de uso controlado, como estimulantes e anabolizantes, em produtos comercializados como simples suplementos nutricionais”, conta Blanca.

Como era de esperar, os resultados recentes obtidos no Adolfo Lutz levaram a polêmica, aquecida há tempos, a ponto de fervura. O nutrólogo Euclésio Bragança, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri), saiu em defesa dos produtos nacionais. “As amostras contaminadas devem estar entre aquelas de procedência indefinida”, brada. “Os produtos vendidos em estabelecimentos sérios no Brasil têm registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária e, por isso, passam por uma rígida avaliação”, garante Bragança. De fato, sem saber o nome das marcas, fica difícil ao consumidor separar o joio do trigo — ou melhor, suplemento de anabolizante. Saúde Abril