A osteoporose e a osteopenia são graus diferentes de perda da massa, densidade ou consistência dos ossos. É o que diz o professor Karlos Mesquita, do setor de Ortopedia do Hospital Universitário Pedro Ernesto, ligado a UERJ. "A osteopenia é a etapa inicial menos acentuada e a osteoporose é a mais acentuada e grave", reforça. "A osteoporose, que é uma doença do esqueleto, representa um maior risco do surgimento de fraturas. Já na osteopenia, como a perda é menor e menos intensa, as chances são menores, mas é preciso estar atento", completa a reumatologista Rosa Pereira.
A doença, apesar de ser mais comum em mulheres após a menopausa e em homens acima dos 70 anos, pode surgir em pessoas mais jovens. A tecnologia cada vez mais avançada dos exames permitiu identificar a patologia sem as antigas limitações etárias. "Está se fazendo mais diagnóstico através do exame de densitometria e, hoje em dia, parecem existir mais fatores de risco para perda óssea do que antigamente: tabagismo, menor exposição solar, menor atividade física, menor ingestão de leite e derivados, principalmente na infância e na adolescência", explica Rosa Pereira.
Alimentação preventiva
A alimentação é fundamental para garantir a boa formação óssea. O cálcio, que pode ser encontrado principalmente no leite e em laticínios em geral, como queijos e iogurte, é sinônimo de ossos fortes. "O cálcio atua na mineralização do osso, ou seja, ele trabalha para que o osso se forme forte e sadio", explica a especialista. Couve, brócolis e sardinha são outros alimentos em que podemos encontrar o nutriente, complementa Karlos Mesquita.
Por outro lado, somente o consumo de cálcio não é garantia de que o desgaste dos ossos não aconteça. Isto porque a vitamina D, encontrada em alguns alimentos e estimulada principalmente pela exposição ao sol, trabalha em conjunto com o mineral. "Com a exposição solar ocorre a síntese de vitamina D na pele. Ela é importante para maior absorção de cálcio pelo intestino", diz a médica, que recomenda banho de sol diário.
"O ideal é que a pessoa pegue sol de 15 a 20 minutos por dia, até a pele ficar mais avermelhada. É importante lembrar que mulheres com pele mais clara sintetizam mais rápido a vitamina D quando são expostas ao sol do que aquelas com pele mais escura". Mesquita recomenda que se evite a exposição ao sol entre 10h e 16h e acrescenta que realizar atividades físicas com regularidade é o segredo para ossos fortalecidos. "Exercícios físicos que tenham carga e impacto como a musculação são os melhores. Caminhadas, corridas e aulas de dança também são indicadas", diz o professor.
Cuidados redobrados
Mulheres devem ter cuidado redobrado com sua estrutura óssea, explica Rose Pereira, pois alterações nos ciclos menstruais podem ser indicativos de uma futura complicação. "As menstruações irregulares significam uma quantidade menor de estrógeno, um hormônio muito importante para manutenção da massa óssea. Se esse nível de hormônio for menor, você pode perder osso, como ocorre nos primeiros cinco ou oito anos da menopausa. Neste período, ocorre uma perda rápida da massa óssea devido a uma queda abrupta do hormônio no sangue", finaliza.
Nayara Marques