A agência Food and Drug Administration (FDA) recomendou a comercialização do primeiro tratamento de lúpus em 52 anos. Apesar de não haver previsão para a chegada da novidade no Brasil, sabe-se que o procedimento será à base do remédio Benlysta.
O lúpus é uma doença autoimune, que pode facilitar aparecimento de outros problemas. “Por autoimune quer-se dizer que o organismo se auto agride. Existe uma alteração imunológica e toda vez que as defesas caem, aumentando as chances de doenças”, explica Dr. Márcio Coslovsky, ginecologista e especialista em reprodução humana da Clínica de Medicina Reprodutiva Huntington Rio.
As mulheres são as mais afetadas, principalmente em idade fértil. O motivo ainda gera controvérsia, mas a hipótese mais aceita é a produção hormonal, já que na época de menstruação e na gravidez os sintomas aparecem com mais freqüência, de acordo com o especialista.
É importante ficar mais antenada ainda durante a gravidez, porque a doença pode ter consequências graves se não tratada. “No primeiro trimestre a taxa de abortamento aumenta e há maior probabilidade de desenvolver doenças hipertensivas específicas da gravidez como os casos leves de hipertensão arterial e o inchaço no início da gestação até os quadros de eclampsia”, explica Dr. Márcio. “Também aumenta a probabilidade de ter parto prematuro”.
Por isso, fique ligada nos sintomas: erupções nas maçãs do rosto e em forma de disco, manchas vermelhas protuberantes, reação à luz do sol com erupções na pele, feridas no nariz e na boca, normalmente sem nenhuma dor e inflamação das articulações, intestino, pulmão ou pericárdio.
Caso tenha alguns dos sintomas citados, é importante que você procure auxílio médico para realizar os exames relacionados – não existe um voltado especificamente para a detecção do lúpus.
A consulta varia de acordo com o tipo da doença que a pessoa tem. Existe o Discóide, sempre limitado à pele; o Sistêmico, que pode afetar quase todos os órgãos e sistemas e o Induzido por Drogas, conseqüência do uso de certas drogas ou medicamentos. É importante ressaltar que aproximadamente 10% das pessoas com Lúpus Discóide podem evoluir para o Sistêmico.
A doença também pode aparecer nas crianças, principalmente entre os 10 e 14 anos, sendo rara antes dos cinco anos. Nos pequenos, as manifestações iniciais são febre prolongada, fraqueza, perda de apetite e de peso, dores articulares ou artrite (inchaço nas articulações), lesões de pele, alterações no
exame de sangue e urina, convulsões e alterações de comportamento.
Caso você suspeite que o seu filho tenha Lúpus, vale procurar um médico imediatamente.
Dr. Márcio Coslovsky
Clínica de Medicina Reprodutiva Huntington Rio