segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ciclista: viva em paz com os carros e com o trânsito

Quem anda de bicicleta em ruas e avenidas movimentadas sabe bem: muitos motoristas de carro, moto, ônibus e outros veículos parecem não enxergar os ciclistas. Do outro lado, muitos ciclistas não conseguem perceber a seriedade do ato de andar debicicletabicicleta e dispensam as normas de trânsito. Por isso, estabelecer regras saudáveis de convivência é fundamental para carro e bicicleta conviverem em harmonia. Para diminuir os acidentes e estabelecer uma relação mais pacífica entre motoristas e ciclistas, é necessária uma conscientização de ambos os lados.

Uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz mostra que aproximadamente 6% das pessoas que utilizam a bicicleta para ir ao trabalho sofreram acidentes de trânsito com lesões corporais nos 12 meses antes do estudo - e que menos de 1% de suas bicicletas tinham equipamentos de segurança exigidos pelo código de trânsito, ou seja: espelho retrovisor, refletores dianteiro, traseiro, de rodas, pedais e campainha. Quanto à gravidade dos acidentes, 75% tiveram arranhões e escoriações, enquanto 25% apresentaram lesões mais graves. Dos acidentados, 81% disseram usar a bicicleta à noite.

O engenheiro de sistemas Leonardo Cuevas percorre 16 km para ir ao trabalho. Nesse total de 32 km diários, ele enfrenta o trânsito caótico da cidade da São Paulo passando por movimentadas avenidas e pontes. "Levo 45 minutos para chegar de bicicleta, e de transporte público um pouco mais de uma hora. Além disso, acabo me exercitando".

Para ele, o maior problema é uma falta de atenção generalizada dos motoristas: "a maioria não mantêm uma distância adequada da gente. Vejo também muitas ultrapassagens perigosas", diz. O presidente do Instituto Parada Vital, ONG a favor dos transportes não-poluentes, Ismael Caetano, afirma que o principal problema é que a maioria das pessoas ainda não percebeu que a bicicleta é um meio de transporte como qualquer outro, sendo hoje cada vez mais usado. "O que impera é uma falta de consciência do compartilhamento da via pública. O ciclista ainda é visto como um empecilho para o trânsito".

Uma rua para todos

Algumas dicas de segurança no trânsito são importantes. A primeira delas pode parecer óbvia, mas use sempre bons equipamentos e invista em uma boa bicicleta, ou seja, a mais adequada ao seu corpo e finalidade. Além disso, não se esqueça da manutenção.

Outro ponto fundamental é respeitar os pedestres. Muitos ciclistas ultrapassam faróis vermelhos e andam na contramão, facilitando colisões e atropelamentos.

Evite esquecer a marcha, engatando sempre a correta. Antes de parar nos cruzamentos engate uma marcha que lhe permita sair rápido quando o semáforo abrir.

Pedale sempre à direita (quando não for possível, prefira o centro da faixa), e mantenha distância dos obstáculos e carros. Os carros parados também podem ser uma armadilha, pois podem entrar em movimento ou abrir uma porta e você não ter tempo de desviar.

Fique à vista. Não se esconda entre os carros e vista-se com roupas coloridas.

Para quem pedala a noite, existem adesivos luminosos para colocar na traseira e no guidão, assim os carros irão enxergá-lo com maior facilidade.

Nas curvas, é importante sinalizar que você vai virar. E, lembre-se de frear antes da curva.

Quem gosta de ouvir uma musiquinha enquanto pedala pode estar correndo sérios riscos. A música pode tirar a conentração e fazer com que você não ouça buzinas e sirenes. Além disso, olhe para trás somente quando for realmente necessário.

Ana Maria Madeira