quinta-feira, 8 de abril de 2010

Estudos sugerem relação entre QI, consumo de álcool e fumo

Estaria o grau de inteligência de uma pessoa relacionada com vícios condenáveis como cigarro e bebida? Duas pesquisas, uma conduzida na Inglaterra e outra em Israel dizem que, sim, mas cada uma da uma justificativa diferente para seu caso. Já que de um lado temos como resultado que pessoas mais ignorantes fumam mais e, por outro, que mulheres mais cultas bebem mais.

Mark Weiser, do Centro Médico Sheba, do Hospital Tel Hashomer, em Israel, mostrou que aqueles que fumam mais de 20 cigarros ao dia acabam indo pior do que os não fumantes em testes de QI. Estudando 20 mil jovens, a pesquisa viu que os fumantes inveterados ficam com uma média de 94 pontos no teste, enquanto os não fumantes pontuam 101 _enquanto a faixa geral está entre 84 e 116. Até mesmo irmãos que receberam a mesma criação apresentam diferença de desempenho no teste quando um tem o vício do tabaco, e o outro não.

O problema está em como chegar a uma conclusão em cima dos resultados. Os próprios médicos envolvidos não conseguem dizer se fumar diminui a inteligência ou se pessoas de QI reduzido acabam tomando péssimas decisões a respeito de sua saúde, e aí envolvendo também consumo de drogas, comida não-saudável e falta de prática de exercícios.

Já na Inglaterra, pesquisadores da London School of Economics estudaram a vida de milhares de mulheres de 39 anos, nascidas na mesma semana em 1970. Eles concluíram que as mais inteligentes foram aquelas com mais problemas com o álcool. Para chegar a isso foram conduzidas entrevistas e recuperados os históricos escolares desde a tenra infância. Interessantemente, quando analisados os dados dos homens, não houve diferença significativa entre QI e consumo de bebida e, com isso, as autoras do estudo, Francesca Borgonovi e Maria Huerta, arriscaram algumas explicações.

Mulheres mais inteligentes e com mais estudo acabam se tornando mais ativas socialmente e trabalhando em ambientes dominados por homens, ambos com uma cultura própria em relação à bebida. Além disso, essas garotas acabam sendo mães mais tarde em detrimento de sua vida profissional. Mesmo na faculdade, a exposição ao álcool acaba sendo bem maior do que em relação a aquelas que decidiram não fazer o curso superior.

De qualquer maneira, ambas as pesquisas servem de base para direcionar as campanhas governamentais de combate ao abuso das substâncias e a forma como a comunicação deve ser feita. No fundo não é uma questão de QI e, sim, de bom senso. Vida e Saúde