segunda-feira, 5 de abril de 2010

Como será o amanhã?

Muito bem, você está aí, com um bom emprego, uma carreira de sucesso e, de repente, surge uma preocupação com o amanhã: será que vai continuar tudo assim? Não é uma ansiedade singular para quem já atingiu uma confortável posição na vida.

Na realidade, talvez 11 em cada 10 pessoas levem um pensamento assim para o travesseiro pelo menos uma vez. Nada mais sadio, portanto, se deparar com esta indagação. Todavia, o que se segue ao incômodo é que pode não ser necessariamente o caminho para o final feliz. Vamos supor três situações, como decorrência dessa preocupação noturna.

A primeira delas é a inação. "Legal, me preocupei e já não me importo mais. Seja o que Deus quiser". Ok, é um caminho. Por falar em Deus, a Bíblia, em Eclesiastes, sugere que não devemos nos preocupar com a riqueza, pois "tudo é vaidade e correr atrás do vento". Quem sou eu para discutir sobre isso, de modo que vamos para a situação de número dois.

Você realmente se preocupa com sua situação financeira no futuro, vai até uma agência bancária, assina qualquer coisa que seu gerente lhe coloque na frente e que tenha a denominação "previdência privada". Feito isso, volta para casa com a sensação de missão cumprida, de que seu futuro está garantido.

Esta situação de número dois, por ser mundana, abre espaço para comentários. Note que você identificou o problema, tomou a atitude, mas não significa que o resolveu. Quando opta por um plano de previdência privada, precisa estar ciente de todos os retornos e custos envolvidos.

Além disso, é necessário fazer uma correta (dentro das possibilidades de previsão disponíveis) estimativa de quanto será suficiente para garantir o futuro que você deseja.

Finalmente, vamos à situação que eu consideraria a ideal, de certo modo já antecipada no comentário anterior. Antes de qualquer coisa, é preciso avaliar qual será a sua necessidade financeira e quais os melhores caminhos para atingir a estabilidade procurada.

Nessa hora, você deve obter o máximo de informação possível, elaborar um orçamento detalhado e um levantamento minucioso de quanto será sua renda no futuro. Antes de assinar qualquer contrato de plano de previdência, procure informações de diversos fornecedores deste produto financeiro, analisando custos e vantagens e desvantagens, comparativamente a opções tradicionais de investimento.

Lembre-se que o mercado de ações não é, necessariamente, uma resposta para a mágica de obter resultados espetaculares. Nos países desenvolvidos, por exemplo, o retorno médio das ações é de 4%, muito abaixo do que irão lhe "prometer" em simulações de planos de aposentadoria. O nosso mercado também estará mais estável e a remuneração tenderá a ser mais comportada (menor) no médio prazo.

O conselho que insisto em dar é: evite procurar a consultoria de bancos. Embora tenha o atrativo de você não desembolsar nada na hora de ouvir a orientação dos funcionários da instituição, tenha a certeza de que você irá pagar, de uma forma totalmente opaca (sem transparência) por este serviço, uma vez que há evidente conflito de interesse entre o que é bom para você e o que interessa ao banco.

Invista no seu futuro procurando um consultor financeiro pessoal, requerendo que ele coloque no seu contrato de prestação de serviço que não recebe comissões, repasses, ou qualquer tipo de remuneração de fornecedores de produtos financeiros. Em suma, que ele seja realmente independente, comprometido apenas com você e com seu futuro. Minha Vida