quarta-feira, 23 de março de 2011

Sim, sexo pode matar, mostra estudo norte-americano

Explosões repentinas de atividade física, de moderada a intensa --como correr ou fazer sexo -- aumentam significativamente o risco de um ataque cardíaco, especialmente em pessoas que não se exercitam regularmente, disseram pesquisadores dos Estados Unidos nesta terça-feira.

Há muito tempo os médicos reconhecem que a atividade física pode causar sérios problemas ao coração, mas o novo estudo ajuda a quantificar esse risco, diz Issa Dahabreh, do Tufts Medical Center, em Boston, cuja pesquisa foi divulgada na publicação da Associação Médica Americana.

A equipe analisou dados de 14 estudos que examinavam a ligação entre sexo e o risco de ataques cardíacos ou morte cardíaca súbita -- um ritmo letal do coração que faz com que o órgão pare de bombear o sangue.

Eles descobriram que as pessoas são três vezes e meia mais propensas a ter um ataque cardíaco ou uma morte cardíaca súbita quando fazem exercício do que se não fizessem.

Essas pessoas são 2,7 vezes mais propensas a ter um ataque cardíaco quando fazem sexo ou imediatamente depois, em comparação com os que não fazem. (Estas descobertas não se aplicam a morte cardíaca súbita porque não há estudos relacionando sexo e morte cardíaca).

Jessica Paulus, outra pesquisadora do Tufts que participou do estudo, disse que o risco é moderadamente alto como mostram as pesquisas. Mas o período de risco aumentado é breve.

"Esses riscos aumentam somente por um curto período de tempo (uma ou duas horas) durante e depois da atividade física ou sexual", disse Paulus em entrevista por telefone.

Por causa disso, o risco para as pessoas ao longo do período de um ano é ainda bem pequeno, disse ela.

"Se você pegar 10 mil pessoas, cada sessão individual de atividade física ou sexual por semana pode ser associada a um aumento de um ou dois casos de ataque cardíaco ou morte cardíaca súbita por ano", afirmou Paulus.

Ela declarou ser importante equilibrar as descobertas com outros estudos que mostram que atividade física regular reduz em 30% os riscos de ataques cardíacos e morte cardíaca súbita.

"O que de fato não queremos é que as pessoas deixem isso de lado e pensem que o exercício é ruim", afirmou ela.

O que isso realmente significa é que quando pessoas que não fazem exercícios regularmente começam qualquer programa de atividade devem seguir lentamente, aumentando gradualmente a intensidade dos esforços ao longo do tempo.


Uol Saúde