Seja qual for a idade gestacional do bebê ao nascer, o leite materno é a melhor opção de alimento para ele. Isso porque o leite é uma substância biológica viva e se adapta às necessidades do bebê. Ele contém anticorpos e proporciona defesa imunológica a algumas infecções: é como se fosse uma vacina que a mãe passa para o filho. A composição varia ao longo do dia e depende da alimentação da mãe. A formação do leite para o bebê pré-termo (nascido antes de completar 37 semanas de gestação) não é a mesma do que seria para um bebê a termo (nascido entre 37 e 42 semanas de gestação), pois tem menos sódio.
Como o bebê nasceu “antes do tempo”, pode ser que o leite demore um pouco para descer. Neste caso, a massagem das mamas pode estimular a saída. Enquanto ele não vem, a mãe pode procurar os bancos de leite, que fornecem leite materno pasteurizado doado por outras mães. O leite in natura – que não foi congelado nem pasteurizado – preserva as proteínas e anticorpos passados pela mãe. Geralmente, o bebê que nasce com 34 semanas ou mais já é capaz de sugar e pode mamar o leite direto do peito da mãe. Antes disso, o leite pode ser administrado por uma sonda ou, ainda, usando o copinho da mamadeira.
O quanto seu filho vai mamar é analisado de acordo com a idade gestacional, peso e condição física. Outra diferença entre amamentar o bebê a termo e o bebê pré-termo é a duração da amamentação exclusiva: enquanto para o bebê a termo ela é de seis meses, para o bebê pré-termo ela pode chegar a até oito meses. É que o tempo que o bebê deveria ter ficado na barriga e não ficou é “descontado”. Isso está baseado no amadurecimento da flora intestinal da criança, mas cada caso deve ser analisado à parte, com a ajuda do pediatra. Só não vale se sentir culpada caso não seja possível amamentar o bebê logo de cara por não ter muito leite. É que a mãe tem de estar bem para que o leite desça e o estresse de ter um bebê prematuro, que muitas vezes fica restrito à UTI neonatal e até a incubadora, pode atrasar um pouco o processo. Normal.
Se for necessário complementar a amamentação com a administração de fórmula, a transição de volta para o peito pode ser feita pela relactação, com o uso de uma sonda com o leite artificial acoplada ao bico do seio. Agora, se a mãe sente que a amamentação exclusiva é um caminho possível, é só conversar com a equipe do hospital e explicar que não quer que o bebê receba a fórmula enquanto estiver lá.
Dicas para amamentar prematuros
Aumente a frequência e diminua o tempo das ordenhas. Em vez de fazer uma de 20 minutos a cada quatro horas, tente fazer uma ordenha de 10 minutos a cada três horas. No começo, uma ordenha que dura menos pode dar menos trabalho.
Compressas mornas nos seios podem ajudar a relaxar e, consequentemente, fazer com que a mãe libere o leite com maior facilidade. Não é uma regra, mas vale a pena tentar!
Alternar a ordenha mecânica (usando extrator de leite) com a manual pode ajudar com que o leite saia com menos esforço.