O Natal é uma das datas mais comemoradas no Brasil. Por ser um país predominantemente católico, o mês de dezembro é marcado pelos preparativos e celebrações. Luzes e enfeites protagonizam a decoração não só de casas, como de espaços públicos. Mas existem religiões que não têm em seu calendário essa data. Como explicar às crianças que, por causa de sua crença, essa data não é importante para vocês? Ou para a família do vizinho.
“Religião é sempre polêmica, portanto é preciso cuidado na hora de explicar às crianças as diferenças e as conseqüências que isto traz”, comenta o psicólogo Paulo Roberto Gonçalves. “O Natal não é celebrado por budistas, muçulmanos e judeus, por exemplo, e crianças que seguem estas religiões aqui no Brasil, um país predominantemente cristão, podem ter dificuldades em lidar com a situação - o que é comum. Quando se tem 4 anos e seus colegas de escola estão alvoroçados esperando a chegada do Papai Noel, não é muito fácil entender por que na sua casa ninguém montou ainda a árvore de Natal”, afirma.
Gustavo Angimahtz Sampaio, 24 anos, já não é mais criança, mas se divide entre comemorações judias e cristãs desde pequeno. “Sempre foi assim, a família segue duas religiões diferentes, mas nunca houve problema em entender isto. Tudo foi explicado desde cedo e eu não me lembro de ter questionado nada. Parecia que já fazia parte de mim. Não comemoramos o Natal em casa. Vamos sempre à casa da minha avó, que é católica. Quando a celebração é judaica, trocamos de casa de avó”, diverte-se.
De acordo com Paulo Roberto, a opção religiosa da família deve ser trabalhada com as crianças desde cedo. O mais sensato a fazer é explicar abertamente o porquê das coisas, sempre ressaltando que não há opções melhores ou piores em relação à crença, e sim diferentes. Tentar evitar comentários muito partidários é essencial para não gerar conflitos com outras crianças. O melhor a fazer é conversar e mostrar que não comemorar o Natal não deve ser encarado como uma desvantagem. Explique, ainda, coisas legais de sua religião também. “É uma situação difícil, mas que pode ser contornada”, explica o especialista.
Não há uma fórmula certa do que dizer. O ideal é que, como na família de Gustavo, as coisas sejam esclarecidas desde cedo, sem forçar. Criada sob fortes tradições muçulmanas, Zainab Nurhbai tem 10 anos e não comemora o Natal de forma alguma. “É claro que existe a parte de ganhar presente. Que criança não gosta? Quando eu era pequena, estudava em colégio público. Eu era a única muçulmana e não comemorava o Natal. O que mais me incomodava era não ganhar nada”, lembra, rindo. Apesar das brincadeiras, a estudante comenta que nunca teve grandes problemas em aceitar as recomendações da sua religião. “Tinha o outro lado também: eu comemorava datas que ninguém mais comemorava. Em certas épocas a minha casa era a única que estava em festa, e isso também era legal. Na verdade nunca houve ressentimento em relação à data e ao fato de não comemorarmos o Natal. Era uma coisa que estava presente na minha vida desde que nasci. Estranho seria se fosse diferente”, conta.
Grescer
“Religião é sempre polêmica, portanto é preciso cuidado na hora de explicar às crianças as diferenças e as conseqüências que isto traz”, comenta o psicólogo Paulo Roberto Gonçalves. “O Natal não é celebrado por budistas, muçulmanos e judeus, por exemplo, e crianças que seguem estas religiões aqui no Brasil, um país predominantemente cristão, podem ter dificuldades em lidar com a situação - o que é comum. Quando se tem 4 anos e seus colegas de escola estão alvoroçados esperando a chegada do Papai Noel, não é muito fácil entender por que na sua casa ninguém montou ainda a árvore de Natal”, afirma.
Gustavo Angimahtz Sampaio, 24 anos, já não é mais criança, mas se divide entre comemorações judias e cristãs desde pequeno. “Sempre foi assim, a família segue duas religiões diferentes, mas nunca houve problema em entender isto. Tudo foi explicado desde cedo e eu não me lembro de ter questionado nada. Parecia que já fazia parte de mim. Não comemoramos o Natal em casa. Vamos sempre à casa da minha avó, que é católica. Quando a celebração é judaica, trocamos de casa de avó”, diverte-se.
De acordo com Paulo Roberto, a opção religiosa da família deve ser trabalhada com as crianças desde cedo. O mais sensato a fazer é explicar abertamente o porquê das coisas, sempre ressaltando que não há opções melhores ou piores em relação à crença, e sim diferentes. Tentar evitar comentários muito partidários é essencial para não gerar conflitos com outras crianças. O melhor a fazer é conversar e mostrar que não comemorar o Natal não deve ser encarado como uma desvantagem. Explique, ainda, coisas legais de sua religião também. “É uma situação difícil, mas que pode ser contornada”, explica o especialista.
Não há uma fórmula certa do que dizer. O ideal é que, como na família de Gustavo, as coisas sejam esclarecidas desde cedo, sem forçar. Criada sob fortes tradições muçulmanas, Zainab Nurhbai tem 10 anos e não comemora o Natal de forma alguma. “É claro que existe a parte de ganhar presente. Que criança não gosta? Quando eu era pequena, estudava em colégio público. Eu era a única muçulmana e não comemorava o Natal. O que mais me incomodava era não ganhar nada”, lembra, rindo. Apesar das brincadeiras, a estudante comenta que nunca teve grandes problemas em aceitar as recomendações da sua religião. “Tinha o outro lado também: eu comemorava datas que ninguém mais comemorava. Em certas épocas a minha casa era a única que estava em festa, e isso também era legal. Na verdade nunca houve ressentimento em relação à data e ao fato de não comemorarmos o Natal. Era uma coisa que estava presente na minha vida desde que nasci. Estranho seria se fosse diferente”, conta.
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