quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Enxaqueca: terapia comportamental potencializa benefícios do tratamento medicamentoso

Tratamento psicológico para pacientes com enxaqueca melhora a confiança e a habilidade para lidar com os sintomas da condição.

Para indivíduos que sofrem com a enxaqueca na sua forma mais severa – quando a dor é incapacitante – o tratamento psicológico pode potencializar o tratamento feito com drogas, diz um estudo feito por Elizabeth Seng e Kenneth Holroyd, da Universidade de Ohio, EUA.

Os pesquisadores compararam os efeitos de diversas combinações de tratamento para enxaqueca – a terapia baseada em remédios com ou sem acompanhamento comportamental – e os resultados mostraram que pacientes que, paralelamente ao consumo de drogas para a condição, se engajavam em terapia psicológica comportamental tinham maior confiança na sua habilidade de lidar com as crises.

Quanto maior a sensação de controle da condição, maior o nível de confiança para lidar com o problema. Os resultados do estudo foram publicados no periódico Annals of Behavioral Medicine.

Os dados analisados por Seng e Holroyd vieram de mais de 170 indivíduos que haviam participado de um estudo sobre enxaqueca, em que o uso de medicamento, placebo e acompanhamento psicológico foram testados em combinações diferentes.

As terapias comportamentais para a condição consistiam em demonstrações de gerenciamento de crises de enxaqueca e os encontros com especialistas foram feitos ao longo de um mês, utilizando diários pessoais, lições em áudio e guias impressos que poderiam ser levados para casa.

A combinação de drogas betabloqueadoras e terapia melhorou consideravelmente o modo como esses indivíduos lidavam com suas condições, principalmente quando comparados àqueles que faziam uso apenas da medicação. Os participantes reportaram ficar mais atentos às crises, diminuir as respostas emocionais à dor e também ficarem menos propensos ao medo das crises serem causadas aleatoriamente (fato que se sabe depende de condições emocionais e tem gatilhos mais ou menos claros, como alimentação inadequada e mudanças no padrão de sono).

“Nossa análise dos resultados traz uma mensagem otimista: intervenções psicológicas breves aumentam a autoconfiança das pessoas para lidar com a crise e são efetivas em longo prazo”, concluem os pesquisadores que apontam que esse tipo de estratégia potencializa os benefícios do tratamento medicamentoso.

com informações do Springer Science



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