Uma vacina experimental permitiu prolongar em mais de 70% a vida de pacientes vítimas do tumor cerebral mais agressivo, o glioblastoma, revela um estudo clínico cujos resultados foram publicados nesta segunda-feira (4) nos Estados Unidos.
A vacina, que bloqueia uma variante do gene EGFRvIII particularmente ativa na multiplicação das células cancerígenas, administrada junto às terapias tradicionais prolongou a média de vida dos pacientes de 15 para 26 meses, destacam os autores do trabalho, disponível no Journal of Clinical Oncology.
Os pacientes vacinados se beneficiaram ainda de um período mais longo (14,2 meses) sem o reaparecimento do tumor, contra 6,3 meses para o grupo que não recebeu a vacina.
John Sampson, professor de neurocirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Duke, na Carolina do Norte, Estados Unidos, explicou a predominância do gene.
- Aproximadamente um terço de todos os glioblastomas contém este gene, responsável pela agressividade dos tumores.
Darell Bigner, diretor do centro de tumores cerebrais da Universidade Duke e principal autor do estudo, comentou os resultados.
- Nosso trabalho revelou que a vacina eliminou todas as células cancerígenas portadoras desta variante genética em 17 dos 18 pacientes inoculados.
O trabalho envolveu 35 pacientes, com 18 vacinados. Todos foram operados de glioblastoma e receberam radioterapia e quimioterapia.
Os 18 pacientes vacinados foram inoculados um mês após o fim do tratamento radiológico. Os médicos continuaram aplicando a vacina pelo tempo considerado necessário.
Os pesquisadores constataram ainda que a vacina estimulou uma resposta imunológica em aproximadamente metade dos pacientes vacinados.
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