O cérebro feminino não desliga. A solução para aliviar a sobrecarga da alta voltagem composta por trabalho, casa, compromissos, relação e filhos pode estar nas mãos.
Especialistas recomendam tarefas prazerosas – mas deixadas de lado pela falta de tempo – para amenizar o estresse e recuperar as energias. O remédio para o mau-humor e cansaço mental pode ser uma dose de tricô, crochê ou ponto cruz.
Os benefícios trazidos pelos trabalhos manuais são tantos que até mesmo os hospitais já adotaram a prática para aliviar a tensão dos pacientes – ainda mais aguçada devido aos períodos longos de internação. No Hospital Universitário de São Paulo foi instalada uma “brinquedoteca de adultos”, em que os maiores de 18 anos descarregam o estresse por meio de jogos, pinturas em quadros e até confecção de enfeites.
Segundo Felícia Nomura, enfermeira responsável pelos pacientes que freqüentam a brinquedoteca, as atividades manuais ajudam a acalmá-los. Depois de receber alta hospitalar, conta a enfermeira, alguns voltam para trazer mais artigos para a terapia que, sem o uso de medicamento algum, os deixou tão aliviados.
A mesma receita é aplicada no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais, onde os pacientes e os próprios profissionais de saúde são convidados à “arte terapia”, feita com raio-X antigos ou caixas de medicamentos não utilizadas. Se o efeito positivo é conquistado entre os já adoecidos, a técnica das atividades manuais também pode ser utilizada como mecanismos de prevenção ao estresse rotineiro. Os especialistas em terapia ocupacional, por exemplo, usam os conceitos das atividades manuais para também tranqüilizar as pessoas. A explicação é que este tipo de função estimula a criatividade ao mesmo tempo em que serve de válvula de escape para a tensão acumulada.
A melhora na prática
Sem nunca ter sido internada ou ter recorrido às informações médicas, a bancária Renata Totti Ferreira Pinheiro, 28 anos, descobriu na prática – e aos 19 anos – os benefícios dos trabalhos manuais no combate ao estresse. O gosto já quase esquecido pelo ponto cruz foi relembrado quando ela ficou desempregada. O efeito das tarefas era duplo: fazia companhia enquanto ela não estava procurando emprego e, ao mesmo tempo, aliviava a ansiedade da busca por uma nova colocação.
“Foi tão bom fazer os trabalhos manuais que mesmo depois de ter encontrado emprego continuei fazendo”, conta Renata. “Hoje virou quase um vício. Faço diariamente, para me distrair depois da jornada de trabalho. Aprendi uma técnica de artesanato com meia-calça e gosto de presentear as pessoas com o que produzo”, afirma a bancária que já tratou de difundir a técnica. “Minha sogra até consegue ganhar um dinheirinho com isso hoje” conta.
O remédio pode virar veneno
O estresse é companheiro de boa parte das mulheres e, segundo dados já divulgados atingem mais da metade da população feminina. A presidente do International Stress Management Association (ISMA- Brasil), Ana Maria Rossi, confirma que os trabalhos manuais podem amenizar as sequelas trazidas pelo mal moderno, desde que não virem outro hábito estressante.
“O estresse é aliviado por meio de hábitos que dão prazer. Se a pessoa não tem aptidão ou não gosta, a prática não vai funcionar”, afirma Ana Maria. “Outro fator importante é que o trabalho manual não pode virar uma obrigação e caso não realizado no dia, seja encarado como um problema, uma frustração”, completa a especialista.
Fernanda Aranda
Especialistas recomendam tarefas prazerosas – mas deixadas de lado pela falta de tempo – para amenizar o estresse e recuperar as energias. O remédio para o mau-humor e cansaço mental pode ser uma dose de tricô, crochê ou ponto cruz.
Os benefícios trazidos pelos trabalhos manuais são tantos que até mesmo os hospitais já adotaram a prática para aliviar a tensão dos pacientes – ainda mais aguçada devido aos períodos longos de internação. No Hospital Universitário de São Paulo foi instalada uma “brinquedoteca de adultos”, em que os maiores de 18 anos descarregam o estresse por meio de jogos, pinturas em quadros e até confecção de enfeites.
Segundo Felícia Nomura, enfermeira responsável pelos pacientes que freqüentam a brinquedoteca, as atividades manuais ajudam a acalmá-los. Depois de receber alta hospitalar, conta a enfermeira, alguns voltam para trazer mais artigos para a terapia que, sem o uso de medicamento algum, os deixou tão aliviados.
A mesma receita é aplicada no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais, onde os pacientes e os próprios profissionais de saúde são convidados à “arte terapia”, feita com raio-X antigos ou caixas de medicamentos não utilizadas. Se o efeito positivo é conquistado entre os já adoecidos, a técnica das atividades manuais também pode ser utilizada como mecanismos de prevenção ao estresse rotineiro. Os especialistas em terapia ocupacional, por exemplo, usam os conceitos das atividades manuais para também tranqüilizar as pessoas. A explicação é que este tipo de função estimula a criatividade ao mesmo tempo em que serve de válvula de escape para a tensão acumulada.
A melhora na prática
Sem nunca ter sido internada ou ter recorrido às informações médicas, a bancária Renata Totti Ferreira Pinheiro, 28 anos, descobriu na prática – e aos 19 anos – os benefícios dos trabalhos manuais no combate ao estresse. O gosto já quase esquecido pelo ponto cruz foi relembrado quando ela ficou desempregada. O efeito das tarefas era duplo: fazia companhia enquanto ela não estava procurando emprego e, ao mesmo tempo, aliviava a ansiedade da busca por uma nova colocação.
“Foi tão bom fazer os trabalhos manuais que mesmo depois de ter encontrado emprego continuei fazendo”, conta Renata. “Hoje virou quase um vício. Faço diariamente, para me distrair depois da jornada de trabalho. Aprendi uma técnica de artesanato com meia-calça e gosto de presentear as pessoas com o que produzo”, afirma a bancária que já tratou de difundir a técnica. “Minha sogra até consegue ganhar um dinheirinho com isso hoje” conta.
O remédio pode virar veneno
O estresse é companheiro de boa parte das mulheres e, segundo dados já divulgados atingem mais da metade da população feminina. A presidente do International Stress Management Association (ISMA- Brasil), Ana Maria Rossi, confirma que os trabalhos manuais podem amenizar as sequelas trazidas pelo mal moderno, desde que não virem outro hábito estressante.
“O estresse é aliviado por meio de hábitos que dão prazer. Se a pessoa não tem aptidão ou não gosta, a prática não vai funcionar”, afirma Ana Maria. “Outro fator importante é que o trabalho manual não pode virar uma obrigação e caso não realizado no dia, seja encarado como um problema, uma frustração”, completa a especialista.
Fernanda Aranda