Para os 15 milhões de brasileiros que lutam contra a balança, uma alternativa usada antes de se submeter à cirurgia de redução de estômago é a técnica que introduz um balão de silicone no estômago. O Balão intragástrico simula a sensação de saciedade e diminui a fome, mas seus resultados a longo prazo ainda são questionados por especialistas.
Regulado pelo CFM, o balão é indicado para pessoas superobesas, com Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 50kg/m2, e em fase pré-operatória. Ele não substitui programas clássicos de emagrecimento, requer acompanhamento nutricional e endocrinológico, além da aderência do paciente antes, durante e depois do procedimento.
A prática não é cirúrgica e, por isso, não pode ser comparada aos vários tipos de intervenções bariátricas. É como uma endoscopia onde o balão é inserido no estômago, preenchido com soro e solução de azul de metileno estéril (500ml a 700ml) – dura cerca de duas horas. O paciente volta para casa pouco tempo depois. O balão permanece no estômago por até 6 meses.
Henrique Suplicy, endocrinologista membro do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), refere-se ao tratamento como um SPA de cinco meses com fim específico: emagrecer antes de alguma cirurgia bariátrica. “A princípio, o método parecia facilitar a diminuição do consumo alimentar. Porém, na prática, para algumas pessoas, ele não causava efeito; outras, não suportavam a bola de meio quilo no estômago”.
Para o especialista, o balão não pode ser considerado receita milagrosa de emagrecimento, nem deve ser eleita como substituta de métodos mais invasivos ou de maior risco. “O que funciona para emagrecer são mudanças de hábitos de vida. Além de ser um procedimento caro (custo aproximado de R$ 7 mil a R$ 10 mil), a maioria dos pacientes perde peso, mas após cinco meses da retirada do balão, o recupera”.
O médico cirurgião do aparelho digestivo, Thomaz Szegö, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabolismo (SBCBM), concorda. “O tratamento é caro e seus resultados são pobres”. “Nem mesmo a eventual proibição da Sibutramina (a substância foi retirada de circulação na Europa), daria maior destaque ao balão”, completa.
Já Bruno Zilberstein, especialista em cirurgia do aparelho digestivo e professor associado da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo, afirma que o método possui suas vantagens. “Não é cirúrgico, não necessita de anestesia geral, é realizado no consultório ou em clínicas especializadas. E é uma proposta muito melhor do que uma lipoaspiração (contraindicada como método de emagrecimento) e medicamentos com seus efeitos colaterais. Entretanto, seu efeito tem curta duração e, portanto, não é indicado para pessoas que precisam emagrecer definitivamente”.
Remédios x Balão
Luiz Eduardo Campedelli, gastroenterologista e endoscopista do Hospital Albert Einstein, destaca outra vantagem dessa prática: o balão é uma alternativa para quem não consegue se livrar dos remédios para emagrecer. “Muitos pacientes são usuários de anorexígenos, hipercatabólicos etc. Quando criteriosamente indicados, seja em relação ao tempo do tratamento, seja em relação à patologia, eles são benéficos e adequados. O problema é a banalização, a evidência de que os riscos são maiores que os benefícios. Nesses casos, o balão pode ser a saída”.
Esse foi o caso da engenheira eletrônica Maria Angela Oliveira, que tentou todos os tipos de tratamento e dietas, sem sucesso. Ela conta que depois dos 45 anos passou a ter maior dificuldade para emagrecer. A razão principal para escolher o balão foi o fato que o procedimento não era invasivo.
“Usei o balão por 7 meses e perdi 31kg. Saí dos 107kg e cheguei aos 76kg. O meu histórico era aquele onde o remédio sempre levava o mérito pela perda de peso. Mas o balão, a reeducação alimentar e a introdução da atividade física me permitiram alcançar esse resultado. A minha colaboração foi a disciplina. Passados três meses da retirada do balão, o peso ainda está sob controle. A experiência foi tranquila e rápida. Não tive nenhuma reação”, conta. Uol Saúde
Regulado pelo CFM, o balão é indicado para pessoas superobesas, com Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 50kg/m2, e em fase pré-operatória. Ele não substitui programas clássicos de emagrecimento, requer acompanhamento nutricional e endocrinológico, além da aderência do paciente antes, durante e depois do procedimento.
A prática não é cirúrgica e, por isso, não pode ser comparada aos vários tipos de intervenções bariátricas. É como uma endoscopia onde o balão é inserido no estômago, preenchido com soro e solução de azul de metileno estéril (500ml a 700ml) – dura cerca de duas horas. O paciente volta para casa pouco tempo depois. O balão permanece no estômago por até 6 meses.
Henrique Suplicy, endocrinologista membro do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), refere-se ao tratamento como um SPA de cinco meses com fim específico: emagrecer antes de alguma cirurgia bariátrica. “A princípio, o método parecia facilitar a diminuição do consumo alimentar. Porém, na prática, para algumas pessoas, ele não causava efeito; outras, não suportavam a bola de meio quilo no estômago”.
Para o especialista, o balão não pode ser considerado receita milagrosa de emagrecimento, nem deve ser eleita como substituta de métodos mais invasivos ou de maior risco. “O que funciona para emagrecer são mudanças de hábitos de vida. Além de ser um procedimento caro (custo aproximado de R$ 7 mil a R$ 10 mil), a maioria dos pacientes perde peso, mas após cinco meses da retirada do balão, o recupera”.
O médico cirurgião do aparelho digestivo, Thomaz Szegö, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabolismo (SBCBM), concorda. “O tratamento é caro e seus resultados são pobres”. “Nem mesmo a eventual proibição da Sibutramina (a substância foi retirada de circulação na Europa), daria maior destaque ao balão”, completa.
Já Bruno Zilberstein, especialista em cirurgia do aparelho digestivo e professor associado da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo, afirma que o método possui suas vantagens. “Não é cirúrgico, não necessita de anestesia geral, é realizado no consultório ou em clínicas especializadas. E é uma proposta muito melhor do que uma lipoaspiração (contraindicada como método de emagrecimento) e medicamentos com seus efeitos colaterais. Entretanto, seu efeito tem curta duração e, portanto, não é indicado para pessoas que precisam emagrecer definitivamente”.
Remédios x Balão
Luiz Eduardo Campedelli, gastroenterologista e endoscopista do Hospital Albert Einstein, destaca outra vantagem dessa prática: o balão é uma alternativa para quem não consegue se livrar dos remédios para emagrecer. “Muitos pacientes são usuários de anorexígenos, hipercatabólicos etc. Quando criteriosamente indicados, seja em relação ao tempo do tratamento, seja em relação à patologia, eles são benéficos e adequados. O problema é a banalização, a evidência de que os riscos são maiores que os benefícios. Nesses casos, o balão pode ser a saída”.
Esse foi o caso da engenheira eletrônica Maria Angela Oliveira, que tentou todos os tipos de tratamento e dietas, sem sucesso. Ela conta que depois dos 45 anos passou a ter maior dificuldade para emagrecer. A razão principal para escolher o balão foi o fato que o procedimento não era invasivo.
“Usei o balão por 7 meses e perdi 31kg. Saí dos 107kg e cheguei aos 76kg. O meu histórico era aquele onde o remédio sempre levava o mérito pela perda de peso. Mas o balão, a reeducação alimentar e a introdução da atividade física me permitiram alcançar esse resultado. A minha colaboração foi a disciplina. Passados três meses da retirada do balão, o peso ainda está sob controle. A experiência foi tranquila e rápida. Não tive nenhuma reação”, conta. Uol Saúde