Conto com seu espírito de tolerância, pois o que pretendo nesta mensagem é oferecer uma reflexão de ordem pessoal e com a qual, estou certo, nem todos haverão de concordar.
Esta reflexão diz respeito ao meu compromisso pessoal com a construção do futuro. Começo a relembrar o que todos sabemos. Cada um de nós é um ser diferente de todos os demais. Fisicamente, diferimos muito. Uns são baixos, outros altos; uns magros, outros gordos; uns claros, outros morenos e assim por diante.
Internamente, ou seja, no plano psicológico, somos ainda mais diferentes. Nossas aptidões, nossos interesses, nossos valores, nossas emoções, etc., variam muito, de pessoa a pessoa.
Mas, em que pesem todas as diferenças, somos também muito semelhantes. Pertencendo ao mesmo gênero e à mesma espécie, temos muito em comum. Somos o resultado dinâmico de uma certa hereditariedade, de uma certa estrutura mais ou menos fixa, mais ou menos adquirida, mas que, dificilmente, se modificará.
Paralelamente, temos a circunstância da vida, o lastro adquirido, fruto de todo um processo de educação e de socialização. Mas o que realmente nos torna singulares é nossa personalidade, este somatório integrado que faz com que cada um de nós seja o que é.
Não vamos aqui entrar na discussão sobre a natureza e a dinâmica da personalidade, assunto que mesmo entre psicólogos é sempre controverso. O importante é entender que cada ser, no dizer de Karl Jaspers, "é uma história única, inconfundível e irrepetível". Ou seja, ao longo de toda a história houve e haverá milhões de outros seres, melhores e piores do que eu, semelhantes a mim, mas nunca exatamente iguais a mim.
Nesse sentido, eu sou, e cada ser humano é, absolutamente único e insubstituível. Por isso mesmo, coloca-se a questão do sentido da vida. Será a vida de cada ser - não a vida, como um conceito biológico genérico, mas a vida individual, concreta existencialmente definida – um mero produto do acaso? Um resultado meio aleatório de mutações em curso? Um simples produto de mutações genéticas, modeladas pelos fatores sociais? Ou terá a vida humana um sentido mais profundo, um valor inalienável? E se assim for, qual será a nossa responsabilidade?
Tal questão que, no fundo, diz respeito à transcendência, está presente no pensamento humano e na indagação filosófica há quase 3000 anos e permanece atual. Diferentes pensadores em diferentes épocas e em diferentes culturas oferecem suas respostas, criam novos questionamentos, mas a única resposta válida e da qual não podemos fugir é a pessoal, aquela que cada ser produz no seu íntimo e na sua consciência.
O que reflito é a minha resposta pessoal, para mim decisiva, fundamental e totalizante, mas não necessariamente passível de ser imposta aos outros.
Sim, para mim, a vida tem um sentido. Não posso, não aceito, nem quero me ver como um "rato num labirinto", como simples "energia" em transformação, como apenas um "resultado de condicionamentos", ou como se fora um "dado jogado por Deus". Eu sou o que sou e nunca mais haverá ninguém exatamente idêntico a mim. Por isso sou insubstituível. Posso ser sucedido e superado, mas não posso ser substituído. Se não reconhecer o sentido da minha vida e orientá-la na direção contrária aos seus fins, estarei desperdiçando minha existência e negando o valor da unicidade.
Sendo único, e reconhecendo que a vida tem um sentido, também reconheço que não sou isolado, que há milhões de outros seres, cada um único a seu modo, cada um com um sentido de vida, e que somos todos interdependentes. Decorre daí uma intensa responsabilidade (individual e coletiva).
Somos co-responsáveis pela preservação de condições que permitam a vida e pelos padrões globais que configurem uma certa qualidade de vida, desde as questões ambientais de ordem geral, até as questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e outras de interesse comum. Essas condições dizem respeito à vida atual, mas também ao futuro.
A responsabilidade implica no agir. Não basta ver, não basta julgar, é preciso agir. Muitas vezes, pessoas bem intencionadas percebem os cenários e seus desafios, mas nada fazem além do aumento de suas angústias pessoais. Afinal, dizem essas pessoas, "eu sou pequeno, limitado, não tenho poder nem estou em posição privilegiada para causar diferença real". Este é o erro. A filosofia chinesa já dizia que "mais vale acender uma vela do que reclamar da escuridão".
É verdade que apenas alguns poucos podem ter grande impacto, mas também é verdade que todos nós, por mais simples que sejamos e por menos poder que desfrutemos, podemos ter algum impacto. O ser cidadão do mundo implica esta responsabilidade. Não sou responsável pelo mundo, nem mesmo pelo país, mas sou responsável por mim mesmo e pela parcela de vida (o meio, as pessoas, as instituições) em que atuo concretamente.
Existe um velho aforismo, segundo o qual raras vezes a vida nos oferece a oportunidade para sermos heróis, mas, todos os dias, nos oferece a chance de não sermos covardes. Agir localmente é exercitar esse pensamento. Pensar globalmente e agir localmente é construir o futuro.
“Pássaro e lesma, o homem oscila entre o desejo de voar e o desejo de arrastar.” Cyber Diet
Esta reflexão diz respeito ao meu compromisso pessoal com a construção do futuro. Começo a relembrar o que todos sabemos. Cada um de nós é um ser diferente de todos os demais. Fisicamente, diferimos muito. Uns são baixos, outros altos; uns magros, outros gordos; uns claros, outros morenos e assim por diante.
Internamente, ou seja, no plano psicológico, somos ainda mais diferentes. Nossas aptidões, nossos interesses, nossos valores, nossas emoções, etc., variam muito, de pessoa a pessoa.
Mas, em que pesem todas as diferenças, somos também muito semelhantes. Pertencendo ao mesmo gênero e à mesma espécie, temos muito em comum. Somos o resultado dinâmico de uma certa hereditariedade, de uma certa estrutura mais ou menos fixa, mais ou menos adquirida, mas que, dificilmente, se modificará.
Paralelamente, temos a circunstância da vida, o lastro adquirido, fruto de todo um processo de educação e de socialização. Mas o que realmente nos torna singulares é nossa personalidade, este somatório integrado que faz com que cada um de nós seja o que é.
Não vamos aqui entrar na discussão sobre a natureza e a dinâmica da personalidade, assunto que mesmo entre psicólogos é sempre controverso. O importante é entender que cada ser, no dizer de Karl Jaspers, "é uma história única, inconfundível e irrepetível". Ou seja, ao longo de toda a história houve e haverá milhões de outros seres, melhores e piores do que eu, semelhantes a mim, mas nunca exatamente iguais a mim.
Nesse sentido, eu sou, e cada ser humano é, absolutamente único e insubstituível. Por isso mesmo, coloca-se a questão do sentido da vida. Será a vida de cada ser - não a vida, como um conceito biológico genérico, mas a vida individual, concreta existencialmente definida – um mero produto do acaso? Um resultado meio aleatório de mutações em curso? Um simples produto de mutações genéticas, modeladas pelos fatores sociais? Ou terá a vida humana um sentido mais profundo, um valor inalienável? E se assim for, qual será a nossa responsabilidade?
Tal questão que, no fundo, diz respeito à transcendência, está presente no pensamento humano e na indagação filosófica há quase 3000 anos e permanece atual. Diferentes pensadores em diferentes épocas e em diferentes culturas oferecem suas respostas, criam novos questionamentos, mas a única resposta válida e da qual não podemos fugir é a pessoal, aquela que cada ser produz no seu íntimo e na sua consciência.
O que reflito é a minha resposta pessoal, para mim decisiva, fundamental e totalizante, mas não necessariamente passível de ser imposta aos outros.
Sim, para mim, a vida tem um sentido. Não posso, não aceito, nem quero me ver como um "rato num labirinto", como simples "energia" em transformação, como apenas um "resultado de condicionamentos", ou como se fora um "dado jogado por Deus". Eu sou o que sou e nunca mais haverá ninguém exatamente idêntico a mim. Por isso sou insubstituível. Posso ser sucedido e superado, mas não posso ser substituído. Se não reconhecer o sentido da minha vida e orientá-la na direção contrária aos seus fins, estarei desperdiçando minha existência e negando o valor da unicidade.
Sendo único, e reconhecendo que a vida tem um sentido, também reconheço que não sou isolado, que há milhões de outros seres, cada um único a seu modo, cada um com um sentido de vida, e que somos todos interdependentes. Decorre daí uma intensa responsabilidade (individual e coletiva).
Somos co-responsáveis pela preservação de condições que permitam a vida e pelos padrões globais que configurem uma certa qualidade de vida, desde as questões ambientais de ordem geral, até as questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e outras de interesse comum. Essas condições dizem respeito à vida atual, mas também ao futuro.
A responsabilidade implica no agir. Não basta ver, não basta julgar, é preciso agir. Muitas vezes, pessoas bem intencionadas percebem os cenários e seus desafios, mas nada fazem além do aumento de suas angústias pessoais. Afinal, dizem essas pessoas, "eu sou pequeno, limitado, não tenho poder nem estou em posição privilegiada para causar diferença real". Este é o erro. A filosofia chinesa já dizia que "mais vale acender uma vela do que reclamar da escuridão".
É verdade que apenas alguns poucos podem ter grande impacto, mas também é verdade que todos nós, por mais simples que sejamos e por menos poder que desfrutemos, podemos ter algum impacto. O ser cidadão do mundo implica esta responsabilidade. Não sou responsável pelo mundo, nem mesmo pelo país, mas sou responsável por mim mesmo e pela parcela de vida (o meio, as pessoas, as instituições) em que atuo concretamente.
Existe um velho aforismo, segundo o qual raras vezes a vida nos oferece a oportunidade para sermos heróis, mas, todos os dias, nos oferece a chance de não sermos covardes. Agir localmente é exercitar esse pensamento. Pensar globalmente e agir localmente é construir o futuro.
“Pássaro e lesma, o homem oscila entre o desejo de voar e o desejo de arrastar.” Cyber Diet