sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Junto ao crescimento do bebê, a visão se desenvolve e transforma-se em um dos maiores estímulos no primeiro ano de vida

Visão, audição, tato, olfato e paladar. Entre todos os sentidos do corpo humano, a visão é uma das mais sensíveis e a responsável por dar cor à vida. Ainda na gravidez alguns exames são feitos a fim de detectar possíveis problemas visuais no feto. Assim como andar e falar são desenvolvidos após o nascimento, enxergar não é diferente. Fique de olho! Posteriormente ao nascimento, a maternidade realiza no bebê o exame do Reflexo Vermelho, popularmente conhecido como o Teste do Olhinho. O objetivo é verificar se o recém-nascido possui algum problema de visão congênito, como catarata, glaucoma, infecções, entre outros. Com o auxílio do oftalmoscópio, aparelho utilizado para o diagnóstico, a análise é feita com uma luz específica.

Se os olhos ficarem vermelhos, assim como nas fotos, o bebê está livre de problemas, caso contrário há alguma deficiência e o pediatra fará exames complementares. Para os bebês prematuros, a atenção deve ser especial, devido à Retinopatia da Prematuridade, que costuma atingir crianças que nascem antes da 32ª semana. “Espécie de fibrose, esta doença causa formação anormal da retina e pode levar à cegueira. Diagnosticada precocemente o recém-nascido é acompanhado no berçário com avaliações periódicas”, alerta o oftalmologista Luis Carlos F. de Sá, médico do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica. Segundo o médico, esse problema tende a se resolver espontaneamente, mas se isso não acontecer são indicadas aplicações de laser ou até mesmo cirurgias.

Pesquisas apontam indícios de percepção de luz pelo feto ainda no período intra-uterino. Mas a maior curiosidade é: Como o pequeno vê o mundo logo após seu nascimento?

“Nos primeiros dias de vida, o recém-nascido enxerga somente alguns vultos, sem detalhes. O desenvolvimento visual é contínuo e depende também do amadurecimento neurológico. Entre o terceiro e o sexto mês de vida, a criança começa a identificar as cores”, esclarece o especialista. Mas não se preocupe, mesmo sem precisão na visão o bebê reconhece seus pais e irmãos através da voz, do toque e de muito carinho.

Dr. Sá explica que, aproximadamente, aos 2 anos de idade o potencial visual do bebê se assemelha ao de um adulto, mas ainda continua instável até que a criança complete 7 ou 8 anos. É nesse período inconstante que a correção dos problemas detectados se torna mais eficaz. “Quanto mais precoce for diagnosticado e instituído o tratamento de um eventual problema, maiores serão as chances de se obter um bom resultado.” Lacrimejamento, olhos vermelhos, olhar sem brilho, pupilas brancas, tremor dos olhos, aversão à claridade excessiva, estrabismo ou história familiar de problemas oculares importantes são motivos de avaliação mais precoce por um especialista. “Caso o pequeno não tenha apresentado nenhum sintoma até os 3 anos de idade, essa é a idade ideal para a primeira consulta de rotina ao oftalmologista,” ressalta Luís Carlos. É importante realçar que, desde que a criança tenha um olho normal, ela terá comportamento normal e se o outro olho apresentar qualquer problema este poderá passar despercebido.

Segundo o médico, a visão é responsável por 80% dos estímulos dos bebês. Entretanto, um fator que incomoda as mamães é o estrabismo, por ser, muitas vezes, visível o desencontro do olhar do bebê. Normalmente sem causa definida, deve ser observado de acordo com o crescimento da criança. “Aos dois meses de idade podemos classificar o estrabismo como verdadeiro ou transitório.

Aproximadamente aos cinco meses deverá desaparecer, caso isso não ocorra, deve-se iniciar o tratamento,” informa o oftalmologista.

É fato que as crianças são mais sensíveis à luz, inclusive à do sol, principalmente as de pele e olhos claros, e devem dormir preferencialmente em ambientes escuros, mas não precisa abrir mão dos flashes e registre todos os momentos do crescimento do seu filhote. Maternidade