quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

5 coisas que você deve saber sobre Hipocondria

1. O que é Hipocondria?

A hipocondria, ou transtorno hipocondríaco é o medo mórbido de adoecer ou de estar doente.
Como na maior parte dos transtornos de somatização, as mulheres são maioria. Para hipocondria há proporção de 3 mulheres para 2 homens. Estima-se que até 5% da população tenha em algum momento da vida um quadro parcial ou pleno de hipocondria. Aparentemente baixo nível sócio-educacional está associado a mais casos de hipocondria na população. Fatores culturais, formas de expressar o sofrimento, vivências prévias e características psicológicas individuais são fatores envolvidos no aparecimento do quadro.

2. Por quais razões a Hipocondria se desenvolve?

Este temor de estar doente pode se aproximar de uma obsessão, levando à busca compulsiva por auxílio médico e tratamentos para a suposta doença. Por esta razão a hipocondria possui proximidade com o Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
Também existe proximidade da hipocondria com os transtornos de somatização, com a apresentação de sintomas físicos sem explicação clínica.
O paciente crê estar doente e interpreta de forma errônea sinais de seu corpo, como, por exemplo, achar que tem um tumor cerebral porque apresenta dor de cabeça eventualmente.

3. Como sei identificar se alguém está com este problema?

O diagnóstico da hipocondria é feito quando há crença da existência de uma doença física grave durando mais de seis meses. Tal crença causa angústia e prejuízo das atividades cotidianas e leva a busca por ajuda de serviços de saúde.
Há recusa ou grande relutância em aceitar o reasseguramento médico que atesta não haver doença física presente. Tal diagnóstico só é feito quando não há outros transtornos mentais que justificariam tais sintomas, como quadros delirantes ou depressivos graves.
Uma característica importante do paciente hipocondríaco é sua crença legítima sobre uma doença física. Não há intenção de ganho secundário ou manipulação dos sintomas para obtenção de vantagens, como nos transtornos factícios.
A preocupação hipocondríaca pode revelar quadros transitórios, muitas vezes ligados a estressores psicossociais. Um exemplo clássico entre estudantes de medicina é a “síndrome do 3º ano”, na qual alunos que estão entrando em contato com o sofrimento e doenças alheias passam a sentir sintomas de patologias graves.
O adoecimento de familiares e a morte de pessoas próximas também é fator desencadeante comum para pensamentos e temores hipocondríacos. Em geral estes quadros reativos são passageiros, remitindo espontaneamente.
Já os quadros mais persistentes de hipocondria frequentemente possuem comorbidade com transtornos depressivos, ansiosos e de personalidade.
Na verdade, quadros depressivos apresentam muitas vezes sintomas hipocondríacos, mas não chegam a compor o diagnóstico completo.

4. A Hipocondria tem tratamento?

Sim. Inicialmente deve-se excluir diagnósticos clínicos de fato, em geral por meio de consulta médica especializada e de exames específicos, quando indicados.
Em geral o paciente com hipocondria peregrina por diversos profissionais, buscando explicação e tratamento para seus sintomas, até finalmente ser encaminhado para um profissional da área de saúde mental.

5. A quem devo pedir ajuda/auxílio?

Após consultar um médico e o paciente deve ser encaminhado para ajuda psiquiátrica, que irá excluir outros transtornos mentais (depressão, transtornos ansiosos, transtornos de somatização, quadros psicóticos, síndromes álgicas etc).
O tratamento da hipocondria é realizado com psicofármacos similares aos utilizados nos quadros ansiosos e no TOC. Há boa resposta a antidepressivos e ansiolíticos.
Quanto ao tratamento psicoterápico, a única linha suficientemente estudada é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que tem apresentado resultados animadores na redução de sintomas destes pacientes e na melhoria de sua qualidade de vida. Aparentemente o melhor tratamento disponível é a combinação de psicofarmacoterapia adequada e TCC.
Técnicas de relaxamento e terapia interpessoal podem ser bastante adequadas para estes pacientes, mas ainda não há estudos suficientes para que possamos afirmar isso.
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