Os pesquisadores australianos documentaram os casos das mulheres que foram submetidas a cirurgias contra a obesidade até sete anos antes do nascimento de seu filhos. Na nona semana de gestação as mães foram diagnosticadas com uma severa deficiência das vitaminas A, D e K, bem como uma deficiência anêmica de ferro, que não havia sido detectada anteriormente até então.
Apesar de tratamentos, a quantidade de vitamina A presente no sangue permaneceu muito baixa durante o período de gravidez. Seus filhos recém-nascidos tiveram má-formação significativa nos dois olhos e sua visão permaneceu fraca. Para o feto, as primeiras 8 semanas de gestação são o período mais crítico para o desenvolvimento dos órgãos, incluindo a formação do sistema visual.
"A descrição das mães a respeito de cegueira noturna é decorrente da deficiência de vitamina A durante a gravidez, e um comprovado apoio à teoria de que a falta desta vitamina no período neonatal seria a causa", explica a chefe da pesquisa, Glen Gole, médica do departamento de oftalmologia do Royal Children`s Hospital and Discipline of Pediatrics and Child Health, na Queensland University, em Brisbane. A vitamina A é conhecida como benéfica à saúde dos olhos. Além disso, ela protege o esqueleto, os pulmões, o coração e o sistema imunológico.
A cirurgia de redução de estômago
A cirurgia de redução de estômago, ou bariátrica, se mostra realmente eficaz para pessoas que sofrem de obesidade mórbida. Estes pacientes chegam a perder em média 40% do peso, em um ano. Porém, a operação é indicada e permitida apenas para pacientes com esta morbidez.
A obesidade é considerada mórbida quando o Índice de Massa Corpórea (IMC) é igual ou superior a 40. Caso o obeso esteja com o IMC entre 35 e 40, a cirurgia só será realizada se outras doenças causadas pela obesidade estiverem colocando sua vida em risco, como por exemplo, a diabetes e a hipertensão. Isso porque, em qualquer tipo de método cirúrgico, os riscos envolvidos na operação devem ser comparados com os riscos da doença. Ou seja, com um IMC abaixo de 40, ainda é compensador adotar outras formas de emagrecimento, como exercícios físicos, orientação nutricional, endocrinológica, e até mesmo, psicológica.
Os riscos envolvidos na cirurgia bariátrica são importantes e é fundamental aceitar todas as restrições que serão enfrenatadas pelo resto da vida. Alguns pacientes acreditam que reduzir o estômago é o método mais fácil para emagrecer. O gastrocirurgião da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Carlos Haruo Arasaki, conta que, muitas vezes, pessoas que ainda não atingiram o IMC mínimo para operar, engordam propositalmente para ter a permissão médica. Ele diz ainda que, "é difícil ter controle sobre isso, porque a pessoa, ao decidir engordar, não retorna ao meu consultório e opta por outro médico que não saiba que ela engordou".
A psicóloga da Unifesp Maria Isabel Rodrigues Matos explica que o excesso de peso, muitas vezes, é usado como pretexto para todo tipo de problema que a pessoa enfrenta. "Geralmente, o obeso acredita que a cirurgia não vai deixá-lo apenas mais magro, mas que também vai lhe trazer um emprego, uma namorada e uma vida melhor como um todo, mas não é assim", esclarece.
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