O curioso é que a grande maioria das pessoas usa esse termo para tentar explicar os mais variados tipos de alterações da fala e, na grande maioria, a criança apresenta tudo menos "língua presa", cujo termo correto é encurtamento ou inserção anteriorizada do freio lingual. Este, por sua vez, vem a ser uma prega que temos embaixo da língua.
Qual seriam, então, os casos em que realmente existe uma alteração do freio lingual que irá prejudicar os movimentos da língua necessários à fala e deglutição adequada?
Vamos lá. O tamanho do freio lingual varia bastante. É sabido que após o desmame o freio tende a "liberar" os movimentos da língua a fim de que ela possa realizar os movimentos mastigatórios adequadamente.
A verdadeira "língua presa" acontece quando os movimentos linguais são diminuídos pela restrição do freio curto.
Na fala, essa restrição dos movimentos da língua pode ser percebida nos fonemas (sons) que necessitam do contato da ponta da língua com a papila (região anterior do palato duro, localizada logo atrás dos dentes incisivos superiores) para sua correta articulação.
Para visualização do freio lingual encurtado, realizamos as seguintes observações:
•A pessoa não consegue colocar a ponta da língua para fora
•Ao puxar a língua, ela divide-se ao meio (língua bífida).
Nos casos em que existe algum destes problemas associados a alterações de fala, há necessidade inicialmente de uma Frenectomia (corte do freio lingual) a fim de liberar a movimentação. Essa cirurgia é realizada por cirurgiões-dentistas ou por médicos, dependendo do caso.
Após essa intervenção é possível o fonoaudiólogo atuar no sentido de adequar os padrões alterados de fala e de funções orofaciais.
Solange Dorfman
Fonoaudiologia