Antigamente, a acne era um problema da adolescência, provocado pela explosão hormonal comum nesta etapa da vida. E bastava entrar na vida adulta para que as desagradáveis marcas na pele ficassem para trás. Mas, para um número crescente de mulheres adultas, as marcas não desaparecem. E em alguns casos elas até se agravam. Segundo a Associação Britânica de Dermatologia, 14% das mulheres com idades entre 26 e 44 anos busca ajuda para tratar a acne, a cada ano. Outras tantas sofrem em silêncio com o problema.
É preciso entender que, em qualquer idade, a causa subjacente da acne é uma resposta da pele à testosterona, hormônio masculino. Em resposta a esta sensibilidade à testosterona, as glândulas produzem quantidades excessivas de óleo que, juntamente com as células mortas da pele, entopem os folículos pilosos, aprisionando as bactérias e provocando espinhas superficiais. Já sabemos também, há algum tempo, que algumas mulheres são mais propensas a desenvolver manchas provocadas pela acne devido à flutuação dos hormônios durante a gravidez, a adolescência, a menopausa e entre os ciclos menstruais.
Mas o nosso estilo de vida está adicionando a esta lista fatores que podem desencadear desequilíbrios hormonais e que causam acne em pessoas que estão na casa dos trinta e dos quarenta. O que está agravando os problemas de pele na fase adulta, dizem os especialistas, são os níveis elevados de estresse, a má alimentação e o excesso de exercícios físicos.
O papel do estresse
Durante anos, a área médica se dividiu a respeito do tema estresse e aparência.
Mas vários estudos clínicos realizados nos últimos anos têm comprovado que essa tensão pode induzir alterações na pele. Em um estudo da Universidade de Stanford, envolvendo 22 alunos com acne, foi detectado que a pressão que ocorria antes dos exames fazia com que a pele dos estudantes tivesse uma aparência pior.
Quando alguém está estressado, as glândulas adrenais secretam mais hormônios masculinos andrógenos, o que estimula a produção de sebo, causando espinhas. O estresse psicológico também foi apontado como responsável pela diminuição da capacidade do corpo em cicatrizar feridas em até 40%, o que significa que o estresse relacionado à acne agrava o quadro da doença. Dietas desequilibradas Os pesquisadores têm demonstrado também que as dietas ocidentais podem agravar a acne.
Há dois anos, nutricionistas da Austrália pediram a um grupo de adultos jovens com acne para seguir a sua dieta regular, que incluía muitos alimentos processados e açúcar, ou mudar suas opções alimentares para uma dieta de baixo índice glicêmico, repleta de cereais integrais, frutas, legumes, carne magra e peixe.
Após 12 semanas, os resultados do trabalho, publicados no American Journal of Clinical Nutrition, mostraram que o grupo com alimentação saudável teve uma queda mensurável na severidade de sua acne, chegando a 51% menos espinhas do que quando começaram a dieta. Segundo o autor do estudo, este é um resultado melhor do que você poderia obter usando produtos tópicos para tratar a acne. Os alimentos processados desencadeiam um aumento de insulina que, por sua vez, aumenta a produção de testosterona, que é a culpada pelo aparecimento das espinhas.
Durante anos, a área médica se dividiu a respeito do tema estresse e aparência. Mas vários estudos clínicos realizados nos últimos anos têm comprovado que essa tensão pode induzir alterações na pele.Exercícios e suor Muito tempo na academia está causando acne em algumas mulheres que nunca sofreram com o problema anteriormente.
Um relatório da revista Women's Running revela que, por vezes, o suor sobre a pele pode criar um ambiente úmido propício para o crescimento de microrganismos. A acne também pode ser exacerbada pelo crescimento de um germe chamado de Pityrosporum Acnes, que reage com o suor e causa espinhas. No geral, o exercício é bom para a pele, mas ele pode causar problemas para alguns, defende a British Skin Foundation. Tratando a acne adulta Geralmente, os dermatologistas prescrevem cremes ou pomadas contendo agentes que previnam a acne, como o peróxido de benzoíla, antibióticos, retinóides ou ácido azeláico, como a primeira etapa do tratamento.
Caso essa conduta não seja eficaz, antibióticos orais podem ser recomendados. Em casos graves, a isotretinoína por via oral pode resultar em melhora para os doentes. Além da medicação prescrita, a higiene do corpo e do rosto, logo após o exercício físico pode ajudar a prevenir a acne após os exercícios. O tratamento da acne adulta empregando a terapia de indução percutânea de colágeno tem sido de grande valia. O tratamento pode ser feito por mulheres e homens que desejam amenizar as cicatrizes provocadas pela acne.
Acne grau I Quanto aos tratamentos feitos por profissionais, podemos citar o estímulo mecânico à produção de colágeno realizado por meio do rolamento de um cilindro com pequenas agulhas, que provoca microlesões na pele. Por meio deste procedimento, a quantidade de colágeno pode dobrar e o efeito pode, ainda, ser otimizado com a aplicação da vitamina C.
Apesar do emprego das microagulhas, o procedimento não causa dor ao paciente, pois antes de iniciar o procedimento, um creme anestésico é aplicado na pele. O paciente poderá sentir suaves picadas no local e ter pequenos sangramentos, não havendo perda de sangue. Como resultado a aparência de "casca de laranja" causada pelas cicatrizes da acne é bastante amenizada.
No tratamento das cicatrizes da acne adulta, após três sessões, com intervalo de dois meses entre cada uma, já é possível visualizar os resultados. Cada sessão pode levar, em média, uma hora e meia, pois, após a aplicação do anestésico na pele é preciso aguardar 60 minutos. Para fazer o rolamento são necessários de 15 a 20 minutos. E ao final do procedimento, caso haja a aplicação da máscara de vitamina C, 15 minutos são suficientes.