domingo, 27 de maio de 2012

Dieta da Personalidade



Você já tentou fazer dezenas de dietas — a da sopa, a da proteína, a do tipo sanguíneo... — e nunca perde os irritantes quilinhos que estão sobrando? O problema não está no seu prato, e sim... na sua cabeça. O neurocientista americano Daniel Amen, que pesquisou a mente de mais de 66 mil pessoas que estavam fazendo regime, garante: o sucesso do cardápio depende do estilo de cada uma. E classificou quatro tipos de padrão cerebral — compulsivo, impulsivo, emocional e ansioso. Depois de descobrir o seu, com a ajuda da psicóloga Andreia Calçada, do Rio de Janeiro, veja as indicações da nutricionista Elaine Rocha de Pádua, da Clínica DNA Nutri, em São Paulo, e emagreça de uma vez por todas!

Tipo 1
Só pensa naquilo A compulsiva se preocupa com comida o dia todo (e pode ser assim também com homens, compras...). Dieta cerebral Esse tipo não se beneficia com cardápios com baixa quantidade de carboidratos. "A dieta da proteína, para esse perfil, é um crime", diz a nutricionista. Melhor investir em alimentos ricos em triptofano, que promovem o aumento do nível de serotonina (causando bem-estar e calma), como mel, banana, ovo, uva, brócolis, aipo, feijãobranco, quinua (que pode substituir o arroz, a farinha na farofa, ser polvilhada moída sobre fruta picada ou na salada) e chocolate, de preferência com 60% de cacau ou mais. "Também é possível usar suplemento de triptofano e serotonina." E atenção: quem faz esse tipo deve evitar cafeína, que aumenta os níveis de adrenalina e a compulsão, ok? Como agir Quem é compulsivo tende a ser rígido. A psicóloga indica flexibilizar e variar desde o caminho que faz todo dia até os pensamentos. Para isso, anote seus ímpetos compulsivos em relação a comida para que possa identificar em que situações eles surgem, e assim gerenciá-los. Com as anotações em mãos, evite as situações que disparam os ataques. E faça escolhas alimentares de que você goste. "A compulsiva precisa se sentir no controle da situação."
Tipo 2
come tudo o que vê pela frente "A impulsiva, mesmo que tenha a intenção séria de manter uma dieta, não consegue racionalizar, segue apenas seus ímpetos", diz Andreia. Dieta cerebral Nesse caso, Elaine recomenda um menu mais proteico, com alimentos fontes de tirosina, que ajudam a aumentar a produção de dopamina no cérebro e a controlar o apetite. São eles: peixes, carnes magras, aves sem pele, feijão-carioca e feijão-preto, castanhas, nozes, leite, queijos e tofu. O consumo do chá verde também é indicado para estimular a produção de dopamina e garantir a energia que falta a esse tipo. Como agir A impulsiva deve planejar seu cardápio — e tudo mais na vida. "Mantenha-se saciada para que consiga racionalizar, adiando o impulso." De novo, anotar ajuda a perceber em que situações perde o controle, escapando de armadilhas. Vale buscar satisfação em atividades alternativas, como ligar para uma amiga, fazer as unhas… "Pesquisas da Associação Americana de Psicologia dizem que a impulsividade é um grande fator para a obesidade. O risco é compensar suas frustrações, cedendo às tentações. Portanto, não retire todos os prazeres da sua vida, porque isso só a deixará mais impulsiva", diz Andreia.

Tipo 3
 Triste e cheinha "A emocional tende à melancolia e à depressão, e usa a comida como muleta para melhorar o humor", diz Andreia. São pessoas que teriam alta atividade do sistema límbico, deixando sempre as emoções no comando de tudo, inclusive da fome. Dieta cerebral Nesse caso, tão importante quanto cuidar da alimentação é malhar, fazer massagens e outras atividades que proporcionem prazer. "Comer alimentos menos calóricos e com poderes calmantes, como alface, também ajuda, mas a atividade física tem grande poder", diz Elaine. Como agir Esse tipo precisa se manter ligado à família e aos amigos e buscar atividades físicas em grupo. A solidão não faz bem nenhum às emocionais. Também é importante identificar a fonte de suas tristezas para conseguir encontrar a melhor solução. Toda vez que sentir o desejo de comer sem estar com fome de verdade, investigue os motivos reais. Tem mais: evite pessoas que a deixam para baixo ou lugares dos quais você sempre volta desestimulada e sem pique. Se está triste e chateada com o seu peso, não é o melhor dia para entrar num provador de roupas, por exemplo. Tampouco para ir ao supermercado. Espere estar mais animada e confiante.

Tipo 4
mastiga, mastiga, mastiga A ansiosa, tensa, utiliza a comida como medicação para essa eterna expectativa em que vive. Dieta cerebral Para esse tipo, é recomendável ingerir alimentos ricos em taurina e vitamina B6, que estimulam a produção do neurotransmissor gaba (ácido gama-aminobutílico), ajudando a reduzir o stress e o cérebro a se preparar melhor para uma boa noite de sono. Espinafre, nozes, amêndoas, farelo de arroz, aveia e lentilha, além do suplemento, são as melhores opções. Como agir Procure fazer atividades calmantes, como ioga ou natação, que trabalham bastante a respiração. Tente se preocupar menos e olhar o lado positivo das situações, por mais difíceis que pareçam ser. Assim, acredite, fica mais fácil encontrar uma solução. Nem pense em seguir dietas excessivamente restritivas, pois elas podem ativar certo grau de depressão e stress e colocar tudo a perder.

Como o tipo ansioso come o que tiver ao alcance e às vezes tão rápido que nem sente o sabor das guloseimas, organize com atenção a lista de compras. Chegando em casa, arrume a geladeira e a despensa para que os alimentos saudáveis fiquem bem à vista. E esqueça os petiscos nas prateleiras do supermercado.