A prevenção é sempre o melhor caminho para cuidar da saúde em todos os aspectos, seja quando o assunto é uma reeducação alimentar para evitar aumento de colesterol, seja quando falamos do uso de preservativos para evitar doenças sexualmente transmissíveis. O preservativo não será descartado, mas já temos a vacina contra alguns tipos de HPV e parece estar dando certo um estudo para vacina contra o herpes, causador de outra famosa DST.
Uma vacina experimental protegeu algumas mulheres contra a infecção de um dos dois tipos de vírus herpes que causam herpes genital, segundo as conclusões publicadas na revista New England Journal of Medicine.
A vacina foi parcialmente eficaz na prevenção do vírus herpes simplex tipo 1 (HSV-1), mas não protege as mulheres contra o vírus herpes simplex tipo 2 (HSV-2).
O HSV-1 geralmente provoca feridas na boca e lábios, embora cada vez mais seja encontrado causando a doença genital também.
"É um grande passo no caminho para a criação de uma vacina eficaz, que protege contra a doença causada pela infecção genital do herpes. Ela nos aponta no sentido de trabalhar para fazer uma vacina que funciona em ambos os vírus herpes simplex", disse Robert Belshe, MD, diretor da Saint Louis University Center for Vaccine Development e principal autor do estudo.
Sobre a doença e os vírus
O HSV-1 e HSV-2 são membros da família herpesvírus. Tipicamente, HSV-2 provoca lesões e bolhas na região genital. O HSV-1 geralmente provoca feridas na boca e lábios, embora cada vez mais seja encontrado causando a doença genital também.
No momento, não há cura ou vacina aprovada para prevenir a infecção por herpes genital, que afeta cerca de 25% das mulheres nos Estados Unidos e é uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns. Uma vez dentro do corpo, o HSV permanece lá permanentemente. O vírus pode causar doença neurológica grave e até morte em crianças nascidas de mulheres que são infectadas com o HSV e o vírus é um fator de risco para a transmissão sexual do HIV.
Infecção pelo HSV-1 tornou-se uma causa cada vez mais comum de doença genital, provavelmente porque mais casais têm feito sexo oral.
O estudo para investigação de uma possível vacina contra herpes genital foi financiado pelo Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID), que faz parte dos Institutos Nacionais de Saúde, juntamente com a GlaxoSmithKline (GSK), e conduzida em 50 locais nos Estados Unidos e Canadá.
O estudo envolveu 8.323 mulheres entre as idades 18 e 30 que não tiveram HSV-1 ou HSV-2 no início do estudo. Elas foram distribuídas aleatoriamente para receber três doses da vacina contra o vírus que foi desenvolvida pela GSK ou uma vacina contra hepatite A, que foi o controle.
As participantes foram acompanhadas por 20 meses e avaliadas cuidadosamente para a ocorrência da doença herpes genital. Além disso, todas as participantes do estudo passaram por testes de sangue para determinar se havia infecção assintomática com HSV-1 ou HSV-2 durante o estudo. Pesquisadores descobriram que duas ou três doses da vacina experimental oferecem proteção significativa contra a doença herpes genital causado por HSV-1. No entanto, a vacina não protege as mulheres contra doenças genitais causadas pelo HSV-2.
Infecção pelo HSV-1 tornou-se uma causa cada vez mais comum de doença genital, provavelmente porque mais casais têm feito sexo oral. HSV-1 e HSV-2 são espalhados pelo contato direto - boca a boca. boca com genitais e genitais para os genitais - mesmo quando a pessoa infectada não apresenta sintomas, de acordo com um dos pesquisadores.
Pesquisadores estão realizando análises laboratoriais de sangue obtido de participantes do estudo que eles continuam a estudar para tentar descobrir porque a vacina protegeu as mulheres de doenças genitais causadas pelo HSV-1 e não pelo HSV-2.
Uma hipótese, ainda de acordo com o pesquisador, é que o HSV-1 seja mais facilmente morto por anticorpos do que o HSV-2. Isto significa que os anticorpos da vacina podem funcionar melhor contra o HSV-1 e resultar em proteção contra HSV-1, mas não HSV-2.
Ainda são necessários mais estudos até que a vacina possa ser comercializada, mas parece que estão no caminho certo.
Barbara Murayama
Ginecologia e obstetrícia