
A médica explica que, logo após o nascimento, os pais devem procurar um profissional para realizar o já conhecido Teste do Olhinho. O exame consiste em avaliar o reflexo-vermelho e mapear a retina com o intuito de prevenir e tratar algumas doenças, entre elas: a catarata e o glaucoma congênitos, a ambliopia, o estrabismo, os erros refracionais e o retinoblastoma - que podem levar à cegueira se não tratadas nos primeiros dias de vida.
Segundo Dra. Manuella, as doenças mais freqüentes são o estrabismo e a ambliopia. A primeira atinge de 2% a 5% das crianças em idade pré-escolar e significa a perda do paralelismo dos olhos, ou seja, um olho encontra-se alinhado e o outro desvia-se. "Existem vários tipos de estrabismo e sua complicação mais séria é a formação de imagem diferente no olho desviado, o que impede o desenvolvimento da visão e provoca a perda tridimensional", diz. Já a ambliopia é a baixa da acuidade visual de um ou de ambos os olhos na ausência de lesões oculares ou de causas neurológicas. Normalmente, 50% das ambliopias ocorrem devido ao estrabismo.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica, nos dois primeiros anos de vida deve ser feito um exame criterioso a cada 6 meses. Passada essa fase, e se tudo estiver normal, um exame anual é suficiente até que a criança complete 8 ou 9 anos de idade - fase na qual se encerra o desenvolvimento da visão.
Dra. Manuella Nevez da Rocha Nader
Oftalmologista especialista em saúde ocular infantil do Inob, em Brasília